O falecido Marco Maciel morreu!

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Por E. P. Cavalcante,  militar da Marinha reformado

Mas como?! Se era falecido não poderia morrer mais. Na política brasileira pode tudo e tudo pode.

O falecido foi o político que nunca foi. Não era de direita — ou era? — de esquerda ou centro.




Em cinquenta anos de carreira política não fez nada que se possa reprovar, nem aplaudir. Não fez nada de errado, nem de certo. Simplesmente não fez nada!

Apelidaram-no de ultraleve. Por ser quase, ou totalmente, invisível. Serviu à ditadura militar, mas não se pode alegar nada contra ele, nem a favor!

Sempre foi contra qualquer transformação ou mudança social. Só se fosse pra pior, mas não se expressava.

Foi o único, no mundo, que se saiba, a pronunciar o “discurso silencioso!!” falava sem dizer nada.

Por ocasião da morte do falecido, os políticos de voz embargada e lenços na mão tascaram-lhe elogios. Todos os mortos viram santos e temos de lamentar todas as mortes.

Disse o ex-presidente Fernando Henrique: “Se me pedirem uma palavra para caracterizá-lo diria lealdade…”

Sempre que ia aos Estados Unidos receber ordens, Fernando Henrique, de volta, encontrava — o falecido — sentado na cadeira de presidente com aquele sorriso angelical de subserviência.

Membro da Academia Brasileira de Letras.

Mas qualquer leitor obsessivo, e sou um deles, percorrendo livrarias e sebos no Rio de Janeiro e São Paulo, jamais encontrará um livro de sua autoria.

Fica claro que “ imortal” não precisa escrever nada, coisa nenhuma!

E ele entrou na Casa de Machado de Assis pela mão do acadêmico Austregésilo de Athayde. Um intelectual medieval, cujo nome estampa: Belarmino Maria Austregésilo Augusto de Athayde.

No seu tempo de presidente da ABL, alguns generais se tornaram acadêmicos sem nunca terem escrito coisa nenhuma. Bastava ser general.

Voltamos ao falecido Marco Maciel. Mesmo assim, sem fazer ou dizer nada, o falecido foi um ferrenho inimigo do governador de Pernambuco, Miguel Arraes.

Pois dizia, sem falar: “Sou contra qualquer mudança!”

Entrou na política pela porta da “revolução redentora” de 1° de abril de 1964.

Foi o 1° militante da ARENA, o partido da “redentora”, ganhando o título e diploma de militante 0 (zero).

Ia a todas as reuniões do Partido. E em todas elas se pronunciou.

Em curto discurso falado dizia sempre e somente: “Está certo, senhor general. Vossa Excelência está certo!”

 

Paquetá, 15 de janeiro de 2021.

E. P. Cavalcante, um realista, crítico da subserviência e bajulação.

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