Por Carlos Eduardo Alves, jornalista, do Facebook
Não faltam motivos jurídicos para levar Bolsonaro à cadeia. Até para leigos como o gerente aqui, não teria como ele escapar do xadrez. Ocorre que, no mundo real, não é tão fácil assim. Ao contrário do que muita gente pensa, uma decisão assim é acima de tudo política, não jurídica. Basta recuar um pouquinho no tempo.
Lula foi vítima de uma armação canalha que contou com o aval definitivo do STF. O mesmo tribunal depois anulou o processo e devolveu a liberdade a Lula. O mesmo, reforça-se. O que mudou? Houve alguma nova teoria jurídica que justificasse o recuo do STF? Absolutamente não.
Inventou-se uma filigrana jurídica para voltar atrás. O fórum equivocado estava claro antes mesmo da parcialidade do trambiqueiro jurídico de Maringá. O que houve é que o cenário político se alterou, com a insanidade de Bolsonaro e a unanimidade de que só Lula poderia impedir que o fascusta fosse chancelado pelas urnas. E as togas supremas fizeram cara de justiça. Tardia para Lula, é bom lembrar.
Não é fácil prender Bolsonaro mesmo que abundem os motivos pq., goste-se ou não (e não gostamos), o sujeitinho tem o apoio de quase metade da população brasileira, segundo a recente eleição. A taxa de adesão pode até ter caído um tiquinho, mas ainda é muito alta. É uma decisão política, portanto, que envolve riscos vários, desde tumultos até possibilidade de transformar um pulha em mártir.
O plano de Judiciário e PF parece ser o de cercar Bolsonaro aos poucos. Todo entorno de vigaristas já está enrolado, falta o chefe. O genocida só irá para a prisão se os fatos que comprovam crimes vários da quadrilha provocarem uma erosão considerável em sua popularidade. Fora disso, é risco. É a Política, ingênuo.