Mario Marona, jornalista, Facebook
Por duas vezes, esta semana, O Globo publicou fotos de jovens atingidas pela violência da polícia do Rio completamente fora de contexto, de tal forma que induzem o leitor a censurar as vítimas ou a formar opinião negativa sobre elas, por considerá-las alienadas ou fúteis.
Explico melhor: uma moça teve o filho assassinado numa ação da PM e a foto capturada pelo Globo era uma selfie do Instagram em que ela aparece em pose sensual. Hoje, fez o mesmo com uma menina morta pela polícia – que aparece na foto, também uma selfie, sorridente, usando um short apertado, com as mãos na cintura, tentando parecer provocante.
O jeito que as pessoas para aparecer em suas selfies nas redes sociais é problema delas. Mas publicar estas fotos quando elas morreram ou perderam um filho é uma completa distorção e manipulação da realidade.
Antigamente, os jornalistas pediam fotos às famílias e escolhiam as mais sóbrias, ainda que pudessem estar rindo, sobretudo se tivessem morrido. Por que não trabalhar um pouquinho e fazer o mesmo hoje em dia?