Por Alex Solnik, Brasil 247 –
Na época do mensalão os tucanos cogitaram pedir abertura de impeachment contra Lula, mas amarelaram e não foram em frente.
Agora que o impeachment de Dilma deu certo eles tomaram coragem e estão tentando emplacar também o segundo impeachment: o impeachment de Lula.
Não há dúvida que forças tucanas ocupam posições de relevo na Justiça brasileira e algumas delas, como Gilmar Mendes não escondem a camisa que vestem.
Lula é o candidato que Aécio não quer enfrentar nas próximas eleições.
Por isso a necessidade de um impeachment. Um impeachment branco, digamos assim.
Ele é, ao mesmo tempo, impeachment a posteriori e a priori.
A posteriori porque tem um gosto de arrependimento pelo que não aconteceu no mensalão.
A priori porque tem por foco inviabilizar a candidatura de Lula em 2018.
Outra coisa: é um processo que carece de provas tanto quanto o de Dilma.
O MPF pede devolução de 89 milhões de reais. Mas não mostra as contas onde essa fortuna está guardada. Não explica onde está o dinheiro que Lula amealhou por ser o “comandante máximo” do esquema Petrobrás.
Se o Lula foi o comandante máximo do esquema não faz sentido ele ter ganho apenas um tríplex, um sítio e 30 milhões em palestras quando um gerente de segundo escalão, Pedro Barusco, ganhou mais de 150 milhões.
Ou esse comandante foi enganado por seus subalternos ou não comandou nada.
Ou o MPF não investigou direito.
A denúncia é frágil. Se eles querem prender Lula precisam investigar mais.
Um juiz que se preze só vai aceitar acusação de que ele era o comandante máximo do esquema Petrobrás por oito anos se o MPF mostrar as contas ou trusts ou offshores onde ele esconde os seus milhões.
Mais de 500 milhões, no mínimo.