Posts publicados pelo delegado durante a operação que procura por Dom Phillips e Bruno Pereira geram queixas na direção
Por Rodrigo Rangel, compartilhado de Metrópoles
Material cedido ao Metrópoles
Tem causado incômodo na cúpula da Polícia Federal o comportamento do superintendente da corporação no Amazonas, delegado Eduardo Fontes, nas redes sociais.
Nos últimos dias, ao mesmo tempo em que tinha nas mãos a complicada missão de coordenar as buscas pelo jornalista Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Pereira no Vale do Javari, Fontes aparecia nas redes divulgando o curso preparatório para concursos públicos do qual é professor.
Colegas da cúpula da PF entendem que o delegado usa cargo para promoção pessoalReprodução/Instagram
Fontes já fez live com o ministro TorresReprodução/Instagram
O delegado é uma figura, digamos, preocupada com a própria imagem. Os posts publicados por ele no Instagram têm fotos posadas e logomarca com seu nome.
“Foco, atenção e muita calma! Hoje é o dia de colocar em prática tudo que você aprendeu até aqui! Confie em você!”, diz uma mensagem dirigida aos candidatos a uma vaga no concurso para a Polícia Civil de São Paulo.
Esse post foi publicado no domingo, enquanto policiais sob o comando do delegado estavam embrenhados na floresta amazônica na tentativa de achar pistas do paradeiro de Phillips e Pereira – pela gravidade e pela repercussão internacional, o caso é um dos mais relevantes e emblemáticos da PF no atual governo.
Eduardo Fontes assumiu recentemente o comando da PF no Amazonas. Ele é muito próximo do ministro da Justiça e Segurança, Anderson Torres, com quem dividiu alojamento no curso de preparação para delegados.