Por Antonio Vergueiro –
Às vezes tenho a impressão de que o futebol insiste em ser ultrapassado, pecando em alguns conceitos básicos e deixando de evoluir junto com outros esportes no mundo tecnológico. A ideia de se ter o árbitro como autoridade máxima dentro de campo é um convite ao erro e ao roubo. Afinal, independente de certo ou errado, a sua avaliação sempre prevalecerá. Esportes como o tênis e vôlei há tempos contam com tira-teimas para se tirar dúvidas ou corrigir erros durante o jogo. Buscando uma veracidade mais próxima possível da perfeição.
Criaram recentemente aparelho que mostra ao juiz se a bola entrou ou não no gol. Trata-se de um dispositivo preso a bola que ao passar pelo sensor na linha do gol apita no relógio do juiz, validando o gol. Caso o relógio não apite, a bola não passou completamente. Isso foi uma ideia muito bem pensada, mas o entra e sai da bola está longe de ser um dos piores problemas enfrentado pelos jogadores e times. Mesmo assim, decide muitos jogos.
No Brasil, obviamente, não se faz uso dessa tecnologia. Para quê gastar dinheiro para melhorar o futebol? Isso é coisa de europeu. Aqui, o roubo rola solto, com compras de resultado, de juízes e de jogadores, sem maiores punições. Na Itália, quando descobriram o esquema de compra de resultados da Juventus em 2006, o time campeão perdeu o título e ainda foi rebaixado, mas aqui, o crime compensa.
Poderiam colocar câmeras nas laterais para, ao surgir algum lance polêmico, se bote as imagens em um telão e o juiz prossiga o jogo ou volte atrás. Se parássemos para pensar, diversas coisas poderiam ser feitas pelo futebol. Mas será que vale mesmo a pena para os dirigentes investirem nisso?
Bom, a questão é que reduziria muito os erros de arbitragem que modificam resultados, beneficiando ou prejudicando times em momentos cruciais de competições e, quanto menos erros melhor para o futebol. Logo, quais os motivos para não melhorar o esporte mais popular do mundo?
Antonio Vergueiro é colunista deste blog, escrevendo toda segunda-feira.