O lado seletivo de Glenn é uma resposta a quem foi seletivo no golpe

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Por Alfredo Herkenhoff,  via Bernardo Karam, Facebook

 

Globo não consegue impedir o fato de que, além de Glenn Greenwald, enfrenta a Intercept, que é o mecanismo norte-americano que quer um capitalismo voraz, mas aparentemente civilizado como foi o de Obama e como teria sido o de Hillary Clinton.




O Intercept segurou o grosso da informação de Edward Snowden e combateu o Wikileaks de Julian Asssange. Ambas as plataformas são dignas, no sentido de só vazarem informações autênticas e garantirem anonimato para os vazadores e para os hackers. Se Snowden tivesse se valido do Wikileaks o grosso do que ele coletou teria sido disponibilizado ao mundo. Nem Assange e nem Snowden fizeram o que fizeram por dinheiro.

As informações acima não são deduções e nem especulações minhas. Eu as vi na boca de pessoas de alto nível como por exemplo Pepe Escobar. Este correspondente brasileiro disse que nem conhece pessoalmente o Glenn. Mas Pepe estima que o Intercept não vai liberar o grosso do que foi coletado de 2015 a 2018 envolvendo agentes na Lava Jato, nos tribunais, na grande mídia e entre advogados, delatores e parlamentares.

Agora especulo eu: Glenn, em nome de grande parcela de norte-americanos, não quer Trump e nem Bolsonaro. Sergio Moro é só a primeira queda.

Tititi rolando agora na manhã desta quarta: Glenn e Monica Bergamo estariam acertando um plano de ação para, mediante vazamentos seletivos da grande massa crítica obtida, começar a derrubar não apenas os antipetistas Moro e DD.

Mas todos os que insistirem em manter Moro como a garantia que restou para o governo de Bolsonaro ou Mourão. Supõe-se que nos vazamentos seletivos iniciais de Glenn Greenwald todo mundo ficará sabendo como será a toada do desmonte Globo-Lava Jato. Parece que a Folha de Bergamo vem com uma edição dominical avolumada.

Estadão ontem em editorial pediu a queda de Moro. Rachel Sherezade hoje gritando: fui enganada, Moro e DD não valem nada.

A questão é que o golpe está sendo atacado não por petistas ou esquerdistas do PSol, mas por gente de dentro ou a bordo do Regime Titanic. A governo perde autoridade e só lhe resta o uso da força militar e miliciana com o que resta de audiência da Rede Globo.

Nesse sentido, a greve geral de sexta-feira agora não será geral e nem é greve de petista ou petralha. É greve grave de brasileiros de todos os matizes ideológicos contra o caos institucional trazido pela Lava Jato e Globo. É grande greve parcial, mas greve patriótica.

Mas quem seria poupado num esquema seletivo dos vazamentos de Glenn Greenwald? Ele falou nas últimas horas que vai liberar tudo, mas não creio. Vai liberar de acordo com o calendário da crise. E não adianta assassinar ou expulsar Glenn. The Intercept Brasil é uma instituição jornalística pederosíssima. Ganhou doação de 250 milhões de dólares daquele francês bilionário do Vale do Silício, o Pierre Omidyar, que é simplesmente dono do E-bay e do Pay Pal. Pierre foi o primeiro que chegou no Obama e disse: precisamos mudar o regime de Caracas. Enfim, Glenn não é de esquerda e faz um puta jornalismo.

Mas sobre aliviar golpistas… Simples: Será poupado pelo Intercept quem, mesmo tendo pecado, fizer mea culpa político e aceitar o plano Glenn Intercept: O Brasil precisa salvar a sua democracia para continuar como um grande player internacional. Não tem nenhum perigo de o Brasil virar uma China de partido comunista único com imprensa local uníssona, sem contraponto. Só que hoje na China a imprensa local é nacionalista.

Aqui a imprensa grande é mais que mínima, é entreguista e é medíocre, protagonizou com Moro e DD a ladainha da farsa de um golpe que agora se volta contra eles, os principais golpistas estão sendo exibidos por eles mesmos, mediante os grampos, como criminosos.

Glenn deve evitar vazamentos atingindo magistrados que se insurjam contra Moro e contra a Globo, deve aliviar delatores que se insurjam contra Moro e contra a Globo, provavelmente vai aliviar parlamentares que entendam o que está em jogo.

Sem a legitimidade que Sergio Moro representava com apoio da Globo para o golpe, e os primeiros vazamentos mostram diálogos de Moro e DD como dois antipetistas, o governo Bolsonaro ou logo o governo Mourão, sem autoridade, isto é, sem legitimidade, só teria o uso ou a ameaça do uso das armas de fogo para que os golpistas renitentes permaneçam nos cargos aonde foram parar mediante eleição fraudada.

Quem é contra Lula, quem é antipetista, quem acreditou em Moro, DD, na Lava Jato e na Globo, enfim, quem é conservador ou de direita civilizada, tem agora uma excelente oportunidade de expiar seus erros e apoiar os norte-americanos por trás do The Intercept Brasil.

Na manhã desta quarta-feira o senador democrata Bernie Sanders apoiou Lula e Glenn. Ou seja, o caos institucional não é esquerda versus direita, é democracia versus barbárie.

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