Mas antes mesmo da lagoa ser enchida com a água roubada, quem passou por lá foi o Carioca, um louco narcisopolitano. Ficou louco na guerra, dizem. E ali naqueles buracos cavados em plena praça reviveu seus momentos de batalhas. Surtou a ponto de achar que estava em trincheiras.
Começou a ver seus compatriotas mortos pra todo lado que olhava. Se jogou no chão, tapou os ouvidos, gritou, olhou pro céu pra pedir proteção a Deus e se deu mal, viu inúmeros aviões a lançarem bombas sobre a sua cabeça. No desespero se levantou e saiu correndo. Em disparada atravessou uma pequena rua que dava na outra praça.
Não é que na outra praça Carioca deu de frente com o menino Macaco, quer dizer com o Chita, o Samuca, Samuel da Bíblia, Samuca da família, Chita da garotada, apelido que ganhou pela grande aparência de seu rosto com a de um macaco, a Chita do Tarzan.
Samuca era o capeta em carne e osso, viu em Carioca um prato cheio, deu logo ordem: – auto lá soldado! Carioca parou, ofegante bateu continência, mas isso fica pro próximo rolezinho.