Por Walter Falceta, jornalista, Facebook –
Eu era adolescente, sonhando virar jornalista, e ia para São Bernardo, fuçar notícia em aventura solo, fotografar aquela turma boa dos metalúrgicos, ainda durante a sanguinária Ditadura Militar.
Depois, virei jornalista de verdade e segui Lula por aí, por este Brasil gigante e injusto (na foto, estamos em uma aldeia indígena no Mato Grosso do Sul).
Um dia, depois de coordenar política e nacional na sucursal paulista de O Globo, me chamaram para somar na equipe de imprensa do então candidato à presidência. Era 1994.
Então, posso dizer alguma coisa sobre este nordestino corajoso, trabalhador, pai de família, solidário e gentil.
Lembro de vê-lo pedindo para o dono de um boteco embrulhar metade de um misto quente. Segundo ele, para não desperdiçar. Ah, você pode dizer, “foi na época em que ele era pobre”.
Que nada. Ele já tinha o suficiente para comprar outros sandubas e largar aquele começado. Mas economizava por cultura, por fidelidade ao exemplo da mãe.
Lula sempre orientou seus assessores e colaboradores a pedir nota de tudo, a prestar contas dos gastos “direitinho”, a agir com máxima honestidade no trabalho político.
Minha amiga Calinka Lacort confirma minha percepção. Ela narra a modéstia do metalúrgico ao pedir sempre que as sobras da janta sejam acondicionadas no tupperware.
Por quê? Ora, se a comida ainda está boa, que se coma amanhã no almoço. “Põe no micro-ondas”, dizia para a turma do Instituto Lula.
Nestes tempos de poder, Lula tirou milhões da miséria, dobrou o salário mínimo, pagou a dívida externa, elevou substancialmente o PIB brasileiro, gerou milhões e milhões de empregos, construiu universidades e constituiu políticas públicas para o povo mais humilde de nossa terra.
Com os esforços de Lula, o trabalhador humilhado por 500 anos começou a conquistar, aos poucos, os mesmos direitos garantidos às elites opressoras.
O que dói nos bandidos hipócritas foi justamente a ousadia de Lula em promover um tantinho de justiça social e compartilhar os ganhos do avanço econômico.
Prenderam Lula por botar o pedreiro e a servidora doméstica no aeroporto, por fazer o irmão negro e a irmã índia assumirem seus lugares nas universidades, por levar luz elétrica a um milhão de propriedades nos rincões do país, por restituir a dentição a 800 mil cidadãos, por empoderar os mais pobres por meio de projetos de educação e cultura.
Lula é homem simples, que nunca buscou luxos materiais, que nunca cogitou de amealhar fortunas.
Lula nunca foi dono do tal triplex no Guarujá, o que já está mais do que provado, por testemunhas e documentos. Nunca teve qualquer patrimônio que não tivesse ganho com seu trabalho diário.
Até ser sequestrado pelas forças fascistas policiais, em abril do ano passado, sempre morou no mesmo apartamento, em sua São Bernardo do Campo.
Vasculharam todas as suas contas e aquelas dos parentes e nunca encontraram um centavo dos milhões (ou bilhões) que o acusam de roubar. Nada. Zero.
Implacáveis na calúnia e na difamação, os fariseus lhe tomaram a vida de Marisa Letícia e também do irmão Vavá, homem simples e tão querido.
O neto morreu em um hospital humilde de periferia. Se fosse verdade que a família tem milhões ou bilhões, por que levaria o pequeno Arthur a uma unidade de saúde tão modesta?
Hoje, a filha de Lula, a querida Lurian, vende chocolate caseiro pela Internet, a fim de sobreviver. Ela também foi insultada e ameaçada pelos fascistas, vítima de inúmeras calúnias e peças de fake news.
O mundo sabe: Lula é inocente, Lula é decente, Lula é vítima de uma máfia que se apossou do Judiciário para produzir benefícios políticos e financeiros em causa própria, como mostram claramente os áudios obtidos pelo jornalista Glenn Greenwald.
Que o Brasil acorde e liberte urgentemente o companheiro Lula. E coloque em seu lugar, atrás das grades, aqueles que pisaram no Direito e escarraram na Justiça.
Conheço Lula. Ele é corinthianista, e não vai se render. Lutará enquanto puder para provar sua inocência.
Estou com ele nesta missão. Parabéns, Lula!