Publicado na Revista Fórum –
Por outro lado, o Congresso Nacional já deu mostras também de que a relação com o Executivo não será fácil. Em que pese no momento alguns parlamentares estarem mais “descompromissados” por terem ficado sem mandato a partir do ano que vem e outros tantos demonstrarem sem rodeios suas mágoas em relação ao PT e ao governo, a composição das bancadas é menos favorável na próxima legislatura.
Isso não significa, no entanto, que o governo deva se acomodar ou adotar uma postura defensiva em relação a esta realidade. Pelo contrário. A vitória nas urnas teve como diferencial um compromisso com pautas de esquerda, e foi a mesma esquerda, representada por figuras de porte mesmo da oposição, que foi a fiadora do triunfo de Dilma. Diante deste cenário, é necessário ser criativo na negociação e nas práticas políticas, algo que talvez tenha faltado aos governos anteriores do PT.
A mobilização social também será fundamental não só para garantir avanços. mas também para blindar conquistas obtidas de eventuais retrocessos. O diálogo com amplos setores da sociedade e com governadores eleitos será ainda crucial para que o projeto consagrado pela maioria da população possa ser efetivado.
Como diz um jargão futebolístico celebrizado por alguns técnicos, “o medo de perder tira a vontade de ganhar”. Está na hora de ousar e, caso derrotas venham, que sejam encaradas como parte normal do processo democrático. O que não é mais possível é abrir mão de buscar as vitórias. Delas dependem o futuro do Brasil.