O metrô de Nova York vai sobreviver ao pós-pandemia?

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Quase dois anos após a volta do serviço normal, o número de usuários do metrô segue muito abaixo do que era em 2019

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Na foto: Metrô ne Nova York (Foto: Reuters/Andrew Kelly)

O sistema de metrô de Nova York é famoso em todo o mundo. Não foi o primeiro, título que pertence a Londres, tampouco é o mais longo, atualmente o de Shangai. Mas o metrô de Nova York é aquele que opera o maior número de estações: um total de 425, fora as que estão fechadas.

O transporte sobre trilhos foi o que salvou a maior cidade dos Estados Unidos da ditadura cruel das highways e freeways, das cidades feitas exclusivamente para os carros e onde pessoas são raramente vistas nas calçadas. As vias expressas existem, é verdade, mas são parte menor na vida dos que vivem aqui em comparação àqueles que moram em Los Angeles, Houston, Chicago e tantas outras grandes cidades pelo país. 

Acontece que o sistema ferroviário de cidade nunca superou a pandemia. Em maio de 2020, pela primeira vez nos 115 anos desde a sua inauguração, o metrô da cidade deixou de operar 24 horas por dia. O motivo foi a necessidade de desinfectar, diariamente, as plataformas e trens, na tentativa de conter a disseminação do Coronavirus que tinha em Nova York o seu epicentro mundial. Um ano depois, o MTA (autoridade municipal responsável pelo transporte público de NY) anunciou a volta à normalidade. Mas o novo normal, para muitos, não passava mais pelas catracas do metrô.

Quase dois anos após a volta do serviço normal, o número de usuários do metrô segue muito abaixo do que era em 2019. Em 92,8% das estações há menos usuários do que há 4 anos atrás. Em alguns casos, a queda é drástica, como na estação Canarsie-Rockaway, no Brooklyn, onde o movimento representa menos de 15% do que era no ano anterior à pandemia.

Pela primeira vez na vida, muitos novaiorquinos compraram carros. O medo de contrair a COVID-19 e a necessidade de se locomover fez com que, quem podia, comprasse um carro e arcasse com o alto custo que é manter um automóvel na cidade. Segundo o New York Times, o número de veículos registrados em Nova York cresceu 37% somente entre agosto e outubro de 2020. Muitas dessas pessoas voltaram a utilizar o metrô no dia-a-dia, mas nem todas. 

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