Descoberto o nome do homem negro em quem Carla Zambelli atirou.
O nome dele é democracia. É voto livre, o sobrenome é soberano.
O nome dele é respeito, tolerância, diversidade.
O nome do homem negro é Brasil.
Todo mundo já sabe quem foi a vítima de Carla Zambelli: foi a Constituição Federal.
A vitima também é conhecida como paz social, direitos sociais, comida, emprego, salário e pão.
Ao ser alvo do tiro, o homem negro gritou: meu nome é sobrevivente da COVID, é ébano da floresta, é oxigênio e pulmão. Meu nome é Amazônia, cara, piedade, piedade.
Todos que estavam lá viram que o tiro saiu da mesma arma de Roberto Jefferson, de Tarcísio de Freitas e do capitão.
Na verdade, a arma é do capitão. Às vezes emprestada para as milícias do rio, às vezes emprestada para os grileiros de Xambioá, às vezes emprestada para o cliente branco que se irrita porque a pizza está fria e mira a cabeça do entregador (também conhecido como homem negro).
O nome do homem negro já se sabe agora: é arte, cultura e poesia. É o cordel de minha mãe, o bordado de Dona Maria.
O nome do homem negro é a missa de domingo, antes celebrada em paz. É a Bíblia Sagrada que elevava o espírito, mas que hoje corrói bondades e compaixões e fabrica atiradores aos montes, em série, “em nome de Jesus”.
O nome da vítima é poesia de Capinam, é romance de Graciliano. É cruzamento da Ipiranga com a São João.
O nome da vítima, do homem negro, é voto. E a boa notícia é que ele não morreu.
Ao invés de cova, o colocaremos na urna: 13.
Com toda a vontade do mundo: 13, o nome da sobrevivência da civilização brasileira.
O nome da vítima (o homem negro) é Alan Araújo, jornalista, torcedor do Corinthians.
Que ele saiba hoje revidar o tiro com o voto dele.
Com o Brasil todo, junto com ele, pela democracia cambaleante.
Votemos todos 13.
Que todos que se enojaram com mais essa atrocidade do capitão revidem com o voto: 13.
Sem medo de ser feliz!