No fim de maio, a quarta temporada de Stranger Things, uma série americana adorada no mundo todo, estreou na Netflix. Por aqui, o pessoal apelidou a obra de “bagulhos estranhos”, porque a gente gosta mesmo é de abrasileirar. Maaas, muito longe dos roteiros de ficção, temos nosso próprio mundo invertido na realidade do Brasil de Bolsonaro, com “bagulhos sinistros”.
Compartilhado do Portal do Lula
03 de junho de 2022
Coisas muito sinistras têm acontecido em Brasília (e no resto do Brasil) desde que o capitão assumiu a Presidência da República. Um desses “fenômenos” é o chamado “orçamento secreto”: dinheiro público usado por parlamentares (em sua maioria, da base do governo) como moeda de troca, sem que ninguém saiba de onde veio, já que o destinador dos recursos fica sempre na figura do “relator”. Todo esse fenômenos tem uma estranha relação com Jair Bolsonaro, o demogorgon brasileiro.@lulacombr
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De acordo com o Congresso em Foco, pelo menos 17 parlamentares declararam ter destinado cifras acima de R$ 100 milhões ocultas pelo manto do orçamento secreto, com total falta de transparência, numa soma de R$ 3.501.976.564,86 de dinheiro público repassado em 2020 e 2021.
“Ao analisar mais detalhadamente os números é possível ver uma relação direta entre o lugar ocupado por cada um desses parlamentares na lista, a proximidade deles com o presidente Jair Bolsonaro e a posição estratégica que desempenhavam no Congresso”, afirma a reportagem.
Dentre os vips do orçamento, o primeiro lugar é ocupado por Marcio Bittar (UNIAO-AC), um aliado fiel de Bolsonaro dentro do Congresso. A senadora Eliane Nogueira (PP/PI) garantiu a segunda colocação entre quem mais gastou orçamento secreto. Coincidentemente, Eliane é mãe do Ministro da Casa Civil Ciro Nogueira, e assumiu sua vaga no Senado. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, outro conhecido por emplacar as pautas de Bolsonaro no parlamento, ocupa a terceira posição. Respectivamente, eles destinaram R$ 467.934.083,85 e R$ 357.477.787,00 em verbas públicas.
No mundo invertido de Bolsonaro, esse é o combate à corrupção, lema usado para ganhar a eleição em 2018 e cometer estelionato eleitoral. A regra é simples: se não existe transparência ou investigação, não há corrupção.