Por Carlos Eduardo Alves, em sua página no Facebook –
Para quem não é de SP, uma ideia reduzidíssima do que é o complexo do Estádio do Pacaembu, que Dória quer passar aos chineses. Está localizado em área central e supervalorizada da cidade até pela facilidade de deslocamento do público. Abriga, além de um campo de futebol inigualável pela proximidade da torcida e pela visão privilegiada dos jogadores (algo que não existe nas arenas modernas), piscina e outras instalações esportivas e um interessantíssimo Museu do Futebol, único, pelo acervo, no Brasil.
Foi palco de eventos históricos como o comício de Prestes em 45 e várias celebrações operárias. Para os adeptos do futebol em SP, foi lá que o Corinthians conquistou sua Libertadores, o Santos aplicou goleadas históricas e venceu a Libertadores de 2011, o São Paulo exibiu a genialidade de Leonidas da Silva, o Palmeiras levantou taças inesquecíveis e a Portuguesa apavorou adversários grandes.
Hoje, com a construção de arenas de Corinthians e Palmeiras, está relativamente ocioso, com um custo de manutenção alto. Mas poderia, no lugar de ser entregue a gringos sem nenhum compromisso com a nossa História, ser concedido a algum clube com o compromisso de melhorar os equipamentos e cedê-los a organizações que cuidam de levar esporte e cultura a quem não pode pagar pelo acesso a um clube, por exemplo.
Mas, na ânsia de fazer dinheiro para cumprir promessas irrealizáveis, Dória faz o mais fácil. Entregar patrimônio público para quem não tem laços com a população. Negócios no lugar da História e do cidadão.
Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Publicas