Texto do professor Dylan Frontana a respeito do ferimento por tiro de borracha que a Polícia Militar desferiu contra o seu padrasto, Fernando Duarte Caldas.
Fernando é jornalista, funcionário da Alesp- Assembleia Legislativa de São Paulo, e estava trabalhando quando foi ferido pela a tropa de choque da Polícia Militar, que invadiu a Assembleia para atacar manifestantes que ali estavam contra a reforma da Previdência do Estado de São Paulo. Um outro funcionário da Alesp foi também ferido no cotovelo por uma bala desferida pela PM.
Leia o texto de Dylan Frontana:
“Meu grande amigo Fernando, marido da minha mãe, funcionário concursado da Alesp, hoje(030/03), durante a cobertura jornalística que fazia da votação parlamentar e da manifestação contra a reforma da Previdência do Estado de São Paulo, foi atingido nas costas por uma bala de borracha desferida pela PM.
Isso aconteceu dentro da Alesp – Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo!
Disse a ele, por telefone, como para consolá-lo, que era uma cicatriz de guerra. Mas não é verdade. É mais uma marca do massacre diário imposto a nossa pálida democracia.
Tênue chaga, sem dúvida, mas que dá a dimensão da desfaçatez com que os atuais governos têm atacado o estado de direito neste país.
Tênue chaga, porque um mero aperitivo da violência, esta sim letal, que os movimentos sociais, a população periférica, negra, indígena, Lgbt têm sofrido nesta terra de desatinos colossais.
Muita saúde pra você, Fernandel. O país, coitado, está na UTI (ou no Pinel).”