Um simples e direto relato sobre o pensamento e as ações de alguém que elogia Dória, mas que recorre a atitudes desonestas atrás de um volante. Enviado pelo amigo do blog, Wagner de Paula.
José Carlos Tuon no Facebook –
Moro em Franco da Rocha, uma bela e charmosa cidade da grande São Paulo, a trinta e cinco quilômetros da capital. Como a maior parte dos amigos sabe, eu optei por não usar mais carro faz pouco mais de cinco anos.
Hoje fui para São Paulo, na Avenida Angélica, colher sangue para exames de rotina e, como de costume, tomei um trem as cinco horas da manhã para meu compromisso. Para chegar ao laboratório desci na estação Palmeiras – Barra Funda, usei o metro até a estação Marechal Deodoro e tomei um táxi até o meu destino, bem próximo, tanto que o valor do táxi ficou em sete reais e cinquenta centavos. Bem próximo mas longe o suficiente para que eu enfrente o trajeto aguentando minha idade e meu sobrepeso.
Seis e trinta da manhã eu já estava sendo atendido pois a essa hora tudo é mais vazio. Feita a coleta iniciei o meu retorno para casa. Tomei um táxi em frente ao laboratório e resolvi facilitar o percurso, pedi ao motorista que me levasse direto até a estação de trens, eu não teria que usar o metro.
O motorista, de boa conversa, ia falando que estava feliz com o novo prefeito porque ele está limpando a cidade das pichacões e que isso iria melhorar o turismo. Eu disse que não concordava e que a sujeira da cidade é de outra natureza.
De conversa em conversa, percebi que o taxista estava fazendo um caminho estranho, disse a ele que não queria aquele percurso, ele deve ter achado que eu não conhecia o caminho ou que eu tinha cara de bobo. Insisti no caminho conhecido mas ele disse que aquele era melhor e foi por onde quis.
Resultado, quando chegamos à estação, do lado oposto ao que eu pretendia, já tinha passado de meia hora de percurso e o taxímetro marcava vinte e nove reais. Quando perguntei o valor da corrida ele apontou o taxímetro como quem diz, o valor é esse.
Eu não gosto de briga ou confusão mas eu estava muito indignado com a cara de pau do assaltante, pois era isso que ele estava fazendo, me assaltando. Peguei a carteira, tirei doze reais e dei para ele argumentando, esse é o valor que eu costumo pagar por esse trecho. O senhor tem duas alternativas, aceita ou vamos até a delegacia resolver quanto vou pagar pela corrida.
Não sei de onde eu tirei coragem pois tenho um metro e sessenta e três centímetros de altura, sessenta e três anos de idade e o físico de quem fugiu dos exercícios a vida toda. Para minha sorte ele aceitou o pagamento, eu desci e fui tomar meu trem para casa. Ao descer, me sentindo mais seguro ainda disse a ele – O que enfeia a cidade não são as pichacões, são as atitudes como essa.
No trem, pensando no que ocorreu, achei que o comportamento desse taxista é coerente com o que anda acontecendo no Brasil. Temos um golpista que se auto-intitula presidente e uma “curriola” que se encarrega de roubar tudo o que conseguem dizendo que o que fazem é para o nosso próprio bem.