Por Fernando Brito, Tijolaço –
Se o Brasil tivesse imprensa e não simples repetidores do que dizem promotores e policiais, a esta hora estariam duzias de jornalistas atrás do mandado de “condução coercitiva” para saber para onde determinava ser levado o ex-presidente Lula.
Como não temos, ficamos abertos a versões, como a do colega paranaense Esmael de Moraes – reproduzida pelo Conversa Afiada – de que a intenção era mesmo levá-lo para Curitiba e o plano foi abortado em função do escândalo feito pelo ex-deputado Luizinho no Aeroporto de Congonhas.
Parece-me que a primeira parte é exata, embora eu duvide que, com portas cerradas e comunicação direta com a pista de decolagem, o protesto, de início solitário, pudesse ter sido a razão da mudança de planos.
Também não acho que tenha sido “medo da reação”popular, porque a decolagem se daria por volta de sete horas da manhã.
A ordem dada por Moro para a “condução coercitiva” de Lula era sem destino? “Conduzam-no para onde quiserem?”
“Razões de segurança” para leva-lo a depor no Aeroporto de Congonhas, numa sexta-feira, quando o movimento é maior e um tumulto pode se alastrar, com graves consequências, por um saguão que não é possível isolar?
Contem outra, senhores, por favor. É só olhar a foto acima e ver o imenso e espaçoso prédio da Polícia Federal em São Paulo para ver como são incomparáveis as condições de segurança, em relação a Congonhas. tem várias saídas e, inclusive, um heliporto.
Ou foi uma manobra para fazer espalhafato ou algo que saiu errado no meio do caminho.
Mas isso, só apurando e não anda muito na moda fazê-lo.
O jornalismo brasileiro parece que deixou disso.
E não há que falar em sigilo de Justiça quando a Polícia Federal e o Ministério Público entregam a Diego Escosteguy, da Época, todas as fotos batidas ontem no sítio de Atibaia, inclusive reproduções de (oh!) fotografias do ex-presidente com D. Mariza e do bote de lata com seus nomes pintados. Aliás, também um vídeo mostrando um quatro revirado e o interior dos armários do casal.
Será que esse vazamento interessa saber quem fez?
A quantidade de mentiras pregadas à opinião pública parece não ter fim.