O que pretende o presidente argentino Milei ao tentar fechar a Agência de Notícias Pública Télam?

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Mais um anúncio de Javier Milei mostra que ele seguirá com as suas promessas de campanha rumo ao desmonte do país. 

Por Adriana do Amaral, compartilhado de seu Blog




Sempre do lado direito da política neoliberal, ele sabe usar a desinformação a seu favor, confundindo a opinião pública.

Sem medo de polemizar, ele se posiciona a partir da própria régua, criando novas regras.

No primeiro dia de março, ele usou a tribuna oficial, na Assembleia Legislativa, para anunciar, dentre outras medidas, que pretender encerrar as atividades da Télam: a mais importante agência pública de notícias do país.

A Télam pratica o jornalismo local, estando presente em todas as províncias do país, e internacional, com escritórios , inclusive no Brasil, e convênios com agências de notícias. 

Digital, está na televisão, rádio e web, produzindo cerca de 500 matérias e 200 fotografias por dia. São reportagens que mostram a realidade do país, mas que, na opinião de Milei, faz oposição e propaganda política contrária. 

Segundo ele, “kirchnerista”.

De acordo com as diretrizes da Télan, “de caráter federal e pluralista”.

Cerca de 700 profissionais trabalham na agência, e a diversidade se faz presente e na prática. Por exemplo: a maioria mulheres, pessoas trans e de faixas etárias e áreas de saberes distintas. Além disso, opera em economista mista, que garante certa autonomia.

O presidente argentino argumenta que pretende conter as “castas”,  prejuízos, mas, na verdade, pratica a política da privatização.

Milei pretende por um ponto final a uma história de 78 anos de jornalismo de qualidade, reconhecido mundialmente. 

Diante da ameaça de demissão, os trabalhadores vão se reunir na próxima segunda-feira (4), em assembleia. As entidades de classe se posicionaram em defesa da Télam.

Informação para conter desinformação

Tive o privilégio de visitar a Télam em outubro de 2022. Surpreenderam-me as instalações modernas, que contrastam com a região central, histórica, de Buenos Aires. Também, a alegria, espirito de colaboração e sentimento de orgulho dos profissionais que conheci.

A Télam inspirava, então, história e modernidade. Só vi futuro naquele lugar…

A ameaça à informação é uma das armas do atual governo argentino, que visa desmontar instituições e desmotivar a população.

Contra a fome e o desemprego, a arma de Milei é a desinformação.

Ele decreta “necessidades e urgências” próprias, desmontando conquistas com viés preconceituoso.

Eu, que acredito no acesso à informação como política pública e um direito humano, lamento que o povo argentino, assim, como aconteceu no Brasil em passado recente – e persiste mesmo em tempos de democracia – tenha caído no conto dos polítcos que não visam o bem comum, mas a si próprio e seus afetos.

Manifestação trabalhadores Télam, reprodução web

Está aberta a temporada de fakenews na Argentina!

Fuerza, Télam

Marchem pelos argentinos, madres e abuelas, pela Memória, Justiça e Verdade.

(com informações da Télam)

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