O que se sabe sobre a variante delta do coronavírus?

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Compartilhado de DW – 

Detectada originalmente na Índia, variante já foi registrada em mais de 90 países. Ela é mais contagiosa e potencialmente mais letal que as demais.

Symbolbild Corona Test

O que é a variante delta do coronavírus?

A variante delta (antes chamada B.1.617.2 e conhecida como variante indiana) foi detectada pela primeira vez em outubro de 2020, no estado indiano de Maharashtra. Desde então se espalhou amplamente na Índia e ao redor do mundo.

A variante delta tem múltiplas mutações. As funções exatas de cada mutação ainda não foram investigadas cientificamente. O que se sabe até agora, entretanto, é que as mutações permitem que o vírus se ligue mais facilmente às células das pessoas e escape de algumas reações imunológicas, segundo Deepti Gurdasani, epidemiologista clínico da Universidade Queen Mary, de Londres.




Onde a variante delta já foi detectada?

A variante delta está se tornando cada vez mais difundida no mundo inteiro. De acordo com a OMS, ela foi identificada em mais de 90 países até agora (entre eles, no Brasil). E a tendência é crescente. Fora da Índia, o Reino Unido concentra a maioria dos casos – já são cerca de 50 mil.

Quais são os sintomas da variante delta?

A variante delta também é considerada de alto risco porque aparentemente causa sintomas um pouco diferentes dos de variantes do coronavírus anteriormente conhecidas. Infectados reclamam de dor de cabeça, nariz escorrendo e garganta dolorida.

Febre também está entre os sintomas, mas a  perda do olfato e do paladar não, conforme relataram infectados a um aplicativo britânico que monitora os sintomas da covid-19. Isso significa que, para alguns jovens, a doença se manifesta como uma gripe mais forte, explica Tim Spector, do King’s College de Londres.

A variante delta é mais contagiosa?

Ainda não há muitos estudos científicos sobre isso. Maria Van Kerkhove, chefe técnica do combate à covid-19 da OMS, escreveu no Twitter que a variante delta é de fato mais contagiosa que a variante alfa.

Os números do coronavírus no Reino Unido sugerem também uma maior probabilidade de infecção. Entre 2 e 9 de junho, o número de casos aumentou rapidamente, em cerca de 30 mil. Isso coincide com a propagação cada vez maior da variante delta. Mais de 90% das pessoas que atualmente contraem coronavírus no Reino Unido estão infectadas com a variante delta, de acordo com dados do Departamento de Saúde. Segundo outro estudo, também oficial, a chance de contrair a variante em sua própria casa aumenta em 64% em comparação com a variante alfa do coronavírus.

“Na Índia, descobrimos que a variante delta estava se espalhando mais rapidamente do que a variante alfa, que foi detectada pela primeira vez no Reino Unido. E isso é preocupante porque já sabíamos que a variante alfa era mais contagiosa do que o tipo selvagem”, comenta Gurdasani, que fala em capacidade de transmissão até três vezes maior.

A variante delta mata mais que as outras?

Até agora, há poucos dados científicos sobre se a variante delta realmente causa mais mortes do que outras variantes. Mas o certo é que, segundo o Departamento de Saúde britânico, vacinados contra a covid-19 no Reino Unido já morreram devido à infecção com a variante delta. Sete pessoas morreram 21 dias após a primeira dose, e outras 12 mais de duas semanas após a segunda dose.

Em comparação com a variante alfa, as infecções com a variante delta levam a mais hospitalizações de pacientes. No Reino Unido, a taxa de hospitalização tem aumentado rapidamente nos últimos tempos: mais de 1.300 pessoas foram hospitalizadas por causa de covid-19 entre 7 e 13 de junho – 43% a mais do que uma semana antes.

Ainda assim, é importante notar que há sempre múltiplos fatores em jogo para saber se uma pessoa morre ou não de coronavírus, tais como comorbidades.

“Precisamos de mais informações para determinar: é realmente a variante em si ou é uma combinação de fatores”, diz Van Kerkhove, da OMS.

Sistemas de saúde sobrecarregados também podem significar que os pacientes não receberam os cuidados necessários.

Vacinas protegem contra a variante delta?

Um estudo publicado na revista científica Lancet  aponta ainda que as vacinas parecem ser um pouco menos eficazes contra a variante delta.

Segundo os pesquisadores escoceses, a  vacina da Pfizer-Biontech  tem até 79% de eficácia contra a variante delta, em comparação com 92% no caso da  variante alfa. E a proteção da  vacina da AstraZeneca  contra a delta é de 60% em comparação com 73% no caso da variante alfa.

Já de acordo com uma análise do Departamento de Saúde britânico, aqueles totalmente vacinados com os imunizantes da Pfizer-Biontech ou da AstraZeneca estão bem protegidos contra cursos severos da doença. A eficácia seria tão alta para a variante delta quanto para a variante alfa. O risco de hospitalização foi reduzido em mais de 90% em comparação com pessoas não vacinadas.

Aqueles que receberam apenas uma dose de vacina estão significativamente menos protegidos. Especialmente com a vacina da AstraZeneca, que normalmente já protege bem após a primeira vacinação, o efeito protetor contra a variante delta foi visivelmente menor após a primeira dose, de acordo com a avaliação.

Como se proteger contra a variante delta?

As conhecidas regras de higiene, como manter uma distância de um metro e meio, lavar as mãos, usar máscara e arejar a sala protegem contra todas as variantes conhecidas do coronavírus, ou seja, também contra a delta.

As viagens promoveram a propagação do coronavírus, e depois também das variantes, desde o início da pandemia. É por isso que são necessárias regras de quarentena abrangentes, segundo o cientista Deepti Gurdasani.

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