O samba agoniza, mas não morre

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Por Luiz Hespanha, compartilhado do site Construindo Resistência – 

A única nobreza que eu respeito e que para mim merece e deve ser tratada como tal é a do samba. Nela estão Babaú, Xangô, Carlos Cachaça, Dona Zica, Lecy, Jamelão, Nelson Cavaquinho e Cartola, todos da Mangueira. Nela também estão Paulinho, Monarco, Vilma e a Velha Guarda, todos da Portela. Nela estão Dona Ivone, Silas, Aniceto, Wilson das Neves, Arlindo Cruz e Roberto Ribeiro, nobreza do Império Serrano. Como nela também estão Batatinha, Riachão e Ederaldo Gentil na Bahia e Geraldo Filme e Adoniram em São Paulo, sem esquecer do Zeca Pagodinho, Nei Lopes, Wilson Moreira e Walter Alfaiate, nobres com teto, rede, trono e copo em todas escolas e rodas. Nesse Olimpo do Samba todo mundo aí continua batendo palma para outro gigante como compositor e como cidadão que continuará sendo Nelson Sargento. A primeira vez que o vi foi no finado Parreirinha, na General Jardim, onde tinha mesa cativa. Ele, Paulinho e Inezita. A última vez que vi/ouvi Sargento foi num show no SESC Pompéia, onde tirei essa foto, ao lado do também mestre Wilson das Neves. Ô sorte. A última vez o caralho. Continuarei vendo e ouvindo Sargento, porque o samba agoniza, mas não morre. Não vai morrer nunca por causa de gente como ele.

Luiz Hespanha  é jornalista, escritor e compositor de música popular

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