Por Washington Luiz Araújo, jornalista –
Já não me assusta ver pessoas expondo cartazes ofensivos na frente do hospital onde está internada Marisa Letícia. Isso me assustava antes de 2013. Depois disso, nada mais me estarrece vindo de pessoas que estavam hibernando com seus atos que nem de animalescos podemos nominar.
Mas o que ainda me estarrece, e não sei até quando, é sobre o silêncio de muitos que se dizem isentos na barbárie em que vivemos.
Gente como jornalistas da Globo e de outros veículos que fazem de conta que isso é normal, também não me espanta, pois já mostraram há muito sua índole e não são mais jornalistas na acepção da palavra, mas sim paus mandados.
Mas, de novo, gostaria de ver mais pessoas se manifestarem contra atos de verdadeiras bestas (que perdoem os animais, pois não têm nada a ver com isso) e criticarem as atitudes daqueles que desejam o mal alheio. Pessoas que acordam, põem suas camisetas amarelas, pensam e criam cartazes para irem “urubuzar” a vida alheia são inomináveis, mas o silêncio também é reprovável.
Já vimos isso no velório do ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra e em outras oportunidades. Não vimos, felizmente, quando da morte num acidente de helicóptero do filho do governador Geraldo Alckmin e em outras tragédias que marcaram adversários políticos. O que enobrece o ser humano é a solidariedade nas horas mais amargas, independente do pensamento, da coloração política do patamar social.
Que repensemos sobre isso, que não nos calemos perante atos como o acontecido nestes dias contra a ex-primeira dama Marisa Letícia.