Publicado em Jornal GGN –
Os cem anos de Jackson do Pandeiro são um bom motivo para recordar um estilo interessantíssimo de interpretação brasileira, o sincopado
Os cem anos de Jackson do Pandeiro são um bom motivo para recordar um estilo interessantíssimo de interpretação brasileira, o sincopado. Trata-se de um estilo que explora os tempos fracos do ritmo, as chamadas síncopas. Em geral se menciona muito o samba sincopado, mas o sincopado abrangeu vários ritmos, do samba de Vassourinha ao coco de Jackson, à embolada de Manezinhos Araujo.
Aliás, o coco sempre foi o mais rico dos ritmos nordestinos. Quando Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira planejaram o lançamento do nordeste na música brasileira, optaram pelo baião por ser mais facilmente assimilável que o coco.
Jackson foi um dos campeões nacionais do estilo sincopado.
No samba, o sincopado dominou os anos 40, com compositores excepcionais como Geraldo Pereira, Wilson Batista, Roberto Martins, e intérpretes como Joel é Gaúcho, Vassourinha, o pioneiro Luiz Barbosa, um pouco anterior. Nos anos 50, Cyro Monteiro, Dilermando Pinheiro e Miltinho.
Nos anos 60, o show “Telecoteco”, de Ciro Monteiro e de Dilermando Pinheiro foi um clássico. Aliás, a idade fez bem para Ciro, que encorpou a voz. Nas gravações dos anos 40 e 50, não tinha um timbre à altura de Luiz Barbosa e Vassourinha.
Mas o balanço de Jackson foi uma história à parte.
Aqui, uma seleção do sincopado na música brasileira.