Luís Miguel Felipe, no Facebook –
Com o andar do desgoverno Temer, está cada vez mais difícil segurar a posição de “isentão”. Mas tem um rival em alta: o tranquilão. Que está pronto a debochar do “alarmismo” de quem vê o país mergulhando nas trevas.
O curioso é que as previsões dos “alarmistas” vão se concretizando, mas o tranquilão logo as incorpora como parte da “normalidade” e continua a debochar de quem as previu. Afinal, nada é tão grave assim – e o que é realmente grave só pode ser o que não acontecerá. Fim da CLT? Pfff… Rechaço à denúncia contra Temer? Pfff… Corte de bolsas? Pfff… Fim da universidade pública? Pfff…
O tranquilão pode ter diferentes posições políticas, mas no fundo julga que em 2018 tudo volta aos trilhos. Só que aqui também a água já está batendo na bunda. Quando desengavetaram a emenda que prorrogava os mandatos, o tranquilão desdenhou. Mas as eleições estão cada vez mais ameaçadas. Por um lado, Temer já fala abertamente em parlamentarismo (depois dele). Por outro, o processo eleitoral corre o risco cada vez mais palpável de ser descaracterizado, pela exclusão arbitrária do candidato favorito. As infames declarações do presidente do TRF-4, Thompson Flores, avalizando a sentença de Moro, já indicam isso. Sem Lula, a eleição é uma farsa – fato que é reconhecido por qualquer democrata, apoie o candidato que apoie.
Eles não deram o golpe para em seguida entregar o poder. O golpe não foi contra Dilma ou o PT; foi contra a democracia e os direitos. Só isso já é motivo suficiente para se alarmar.