Por Enio Squeff, do Atteliê Squeff –
Sou um pessimista inveterado, e não me parece que os ativistas anti-Lula se convencerão de que ele não seja o maior assassino do universo. Uma questão politica? Não, de fé. Prove-se ou não que Lula não é um genocida, que seus filhos não são donos da Friboi, que seus netos não trazem em si o germen da corrupção – não interessa. Se não é, deveria. Ou melhor, tem de ser.
Ontem Lula acabou com todos os argumentos dos rapazes da Lava Jato de Curitiba. Foi uma jogo entre amadores e um só profissional. Sete a zero para Lula. Não adianta, porém. Como responderia o lobo ao cordeiro que ele queria devorar – se não foste tu que sujaste a minha água, foi teu pai. Foi o Lula, tudo é e foi culpa do Lula.
Em matéria de política vivemos um fla-flu ou um gre-nal. Pessoas de inteligência mediana ou até acima da média não aceitam que seus preconceitos lhes ditem suas opiniões. É tudo torcida – e como já indica a palavra “torcida”- distorcemos, entorta-se qualquer verdade de cabeça para baixo. Não se argumenta, se torce, se distorce.
Como me disse um amigo a todas as evidências de que há uma construção de uma culpa inexistente em torno do ex-presidente. À falta de argumentos, ele respondeu candidamente: “Mas eu odeio o Lula”
Essa a questão. As pessoas odeiam o Lula. Se não for culpado por ter comprado um apartamento no Guarujá (com dinheiro da corrupção evidentemente), busquemo-la na sua falta de um dedo, na sua língua presa ou pior, no seu brilhantismo perante um embate como o de ontem- dir-se-ia quase desigual: Lula atraiu Moro e sua trupe para o seu terreno – o da discussão partidária (que foi o que sempre fez a Lava Jato). Então se deu o massacre.
Muito pouco a acrescentar. Ouvia-se de quando em vez o juiz Moro balbuciar inutilmente “O senhor está fazendo uma catilinária (como se Lula soubesse o que é isso), e nada. É que os senhores juízes esperavam um homem na defesa. E tiveram diante de si um ex-presidente altivo, falando do alto de sua autoridade de homem público, a uma platéia logo intimidada. Tinham os ingênuos e trepidantes promotores e procuradores, a certeza de que encontrariam um cordeiro como os realmente culpados; e se depararam com um leão.
Um amigo escreveu que Lula ontem, dia 10 de maio de 2017, lançou a sua candidatura – brilhantemente, aliás – para 2018. É a pura verdade. E sob o patrocínio inestimável da Lava Jato e da TV Globo.
Não é pouco.
