Na linha fina da reportagem, intitulada “Após falas racistas, Nelson Piquet pede ‘Lula no cemitério'”, a Folha afirma que o “ex-piloto polemiza com opinião em manifestação pró-Bolsonaro”.
Por Plinio Teodoro, compartilhado da Revista Fórum
O ombudsman da Folha de S.Paulo, José Henrique Mariante, detonou o jornal da família Frias em sua coluna neste domingo (6) dedicando um parágrafo ao tratamento dado ao ex-piloto de Fórmula 1, Nelson Piquet, adulador contumaz de Jair Bolsonaro (PL) que ao participar de atos golpistas disse que queria ver Lula (PT) no cemitério.
“Uma nota sobre Nelson Piquet dizendo que queria ver Lula no cemitério reproduzia vídeo com a fala, ampliando a divulgação do conteúdo. Dava para dar a notícia sem aumentar o alcance da ameaça. Dava ainda para evitar o eufemismo no subtítulo de que o tricampeão ‘polemiza’. Piquet não polemiza, está sendo golpista como já foi racista”, escreve Mariante.
Na linha fina da reportagem, intitulada “Após falas racistas, Nelson Piquet pede ‘Lula no cemitério'”, a Folha afirma que o “ex-piloto polemiza com opinião em manifestação pró-Bolsonaro”.
Mariante ainda criticou a interpretação da Folha sobre o discurso de Bolsonaro na tarde de terça-feira (1º) em que o atual presidente não reconhece a derrota nas eleições e não condena os atos golpistas com bloqueios das rodovias, tema pelo qual só viria a se pronunciar na noite de quarta-feira (2).
“O ‘condena bloqueios’ [NR.: o título da Folha foi “Bolsonaro quebra silêncio, critica bloqueios e fala em indignação e injustiça com eleição”] da Folha é notável. Ele praticamente legitimou as manifestações, como mostraram as redes sociais inflamadas após o discurso e o dia seguinte. Foi preciso ir ao britânico The Guardian para encontrar Luiz Inácio Lula da Silva: ‘Bolsonaro quebra silêncio eleitoral, mas se recusa a reconhecer a vitória de Lula'”, afirmou o ombudsman.