Ômicron se espalha a um ritmo sem precedentes, alerta OMS

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Organização Mundial da Saúde afirma que nova variante do coronavírus provavelmente já chegou à maioria dos países do mundo e pede ações para contê-la. Cepa deve se tornar dominante na Europa até meados de janeiro.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta terça-feira (14/12) que a nova variante ômicron do coronavírus está se espalhando a um ritmo sem precedentes e apelou para que países adotem ações para conter a disseminação.

“A ômicron está se propagando a um ritmo que não vimos com nenhuma variante anterior”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Registrada oficialmente em 77 países, a nova cepa provavelmente já se espalhou para a maioria das nações, mesmo que não tenha sido detectada, disse. 

Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a nova cepa se tornará dominante na Europa já no mês que vem. “Se você observar quanto tempo demora para que novos casos dobrem, parecem estar dobrando a cada dois ou três dias. Em meados de janeiro devemos esperar que a ômicron seja a nova variante dominante na Europa”, disse nesta quarta.

Von der Leyen insistiu que há “doses suficientes de vacina para todos os europeus agora”, num momento em que países da União Europeia impulsionam a aplicação de doses de reforço para conter a rápida disseminação da ômicron.

Até esta terça, o Brasil registrou 12 casos da variante.

Grande número de mutações e incertezas

Inicialmente detectada no sul da África e reportada à OMS em 24 de novembro, a ômicron tem um grande número de mutações, causando alarme desde a sua descoberta. Dados preliminares sugerem que ela é bem mais transmissível que a variante delta, atualmente dominante no mundo, e pode ser resistente a vacinas.

Embora o Reino Unido tenha confirmado nesta segunda a suposta primeira morte ligada à ômicron no mundo, ainda não há qualquer prova de que a variante provoca casos mais graves de covid-19.

Nesta terça, a OMS afirmou que, apesar de ter registrado uma enorme alta de casos na última semana, a África teve um menor número de mortes em relação a ondas anteriores. Mesmo assim, pediu cautela e que países ajam rapidamente para conter a transmissão e proteger seus sistemas de saúde. 

Bruce Aylward, especialista da OMS, alertou contra uma conclusão precipitada de que a variante provoca somente casos mais leves de covid-19.

Boas notícias da Pfizer

Nesta terça, a farmacêutica americana Pfizer anunciou que estudos clínicos recentes confirmaram que sua pílula experimental para o tratamento da covid-19, chamada de Paxlovid, reduz em quase 90% o risco de hospitalização ou morte pela doença em adultos e funciona também contra ômicron.

“Esta notícia fornece mais corroboração de que nosso candidato a antiviral oral, se autorizado ou aprovado, pode ter um impacto significativo na vida de muitos”, disse o diretor-executivo da Pfizer, Albert Bourla, ressaltando que o novo medicamento poderia “salvar vidas”.

“Esta notícia fornece outra ferramenta potencialmente poderosa na nossa luta contra o vírus, inclusive contra a variante ômicron”, comentou o presidente dos EUA, Joe Biden.

Nesta terça, os óbitos por covid-19 registrados ao longo da pandemia superaram a marca de 800 mil nos EUA, que lidera o ranking de mortes. Por enquanto, a ômicron responde por 3% dos novos casos no país, um número que deve aumentar rapidamente, como o que ocorreu no Reino Unido, por exemplo.

Também nesta terça, um estudo de larga escala divulgado na África do Sul indicou que duas doses da vacina da Pfizer-Biontech para a covid-19 oferecem uma proteção de apenas 33% contra uma infecção com a variante ômicron do novo coronavírus, mas de 70% contra hospitalizações. Cientistas classificaram o resultado de encorajador, embora represente uma proteção menor do que a oferecida contra outras variantes.

A OMS alertou que as baixas taxas de vacinação em regiões como a África oferecem um solo fértil para o aparecimento de novas variantes. Segundo a agência da ONU, o continente africano poderá ter de esperar até o segundo semestre de 2024 para conseguir vacinar 70% de seus 1,3 bilhão de habitantes contra a covid-19 – meta já atingida por muitos dos países mais ricos.

lf (AFP, Lusa)

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