Publicado em Jornal GGN –
O Comitê de Direitos Humanos da ONU concedeu um novo prazo ao governo de Michel Temer para responder a esclarecimentos sobre a denúncia protocolada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em julho deste ano. O governo deverá prestar informações, por meio do Ministério da Justiça, sobre denúncia de irregularidades na investigação da Operação Lava Jato, comandada por Sérgio Moro, até o dia 27 de janeiro do próximo ano.
O Comitê também informou aos advogados do ex-presidente que registrou as atualizações enviadas por Lula à ONU. “O recebimento desse novo comunicado da ONU coincide com as primeiras audiências realizadas na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, que bem ilustraram a ausência de imparcialidade na condução do julgamento de Lula, como assegura o Pacto de Direitos Civis e Políticos da ONU, confirmado pelo Brasil em 1992”, manifestaram os advogados.
Segundo Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, que integram a defesa de Lula, Moro revelou “profundo desprezo pela atuação dos defensores do ex-Presidente nesses atos, evidenciando suas posições preconcebidas sobre o caso”.
O posicionamento faz referência às auditorias realizadas na última semana, envolvendo 11 testemunhas de acusação, que foram ouvidas pela força-tarefa da Lava Jato, pelo magistrado Sergio Moro e pela defesa do ex-presidente.
Todos os ouvidos, entre ex-dirigentes da Petrobras, empresários e outros réus que já participam das delações a nível da Vara Federal de CUritibam, afastaram a existência de participação do ex-presidente no recebimento de vantagens indevidas ou no suposto benefício com o apartamento no litoral paulista, no Guarujá.
Ainda na última semana, o juiz Sérgio Moro rejeitou duas testemunhas solicitadas pela defesa do ex-presidente que estão no exterior. “Embora as 11 testemunhas de acusação ouvidas tenham afastado qualquer participação de Lula no recebimento de vantagens indevidas e em relação a qualquer relação entre o ex-Presidente e o triplex do Guaruja, Moro afirmou que a defesa era “retórica” e desprovida de argumentos”, completaram os advogados.