Publicado em Jornal GGN –
Depois da divulgação para o mundo das condições de crianças migrantes separadas dos pais e enjauladas nos Estados Unidos, a ONU (Organização das Nações Unidas) se pronunciou. O secretário-geral António Guterres, disse ontem, dia 18, que os refugiados e migrantes devem ser tratados com respeito e dignidade, criticando esta prática de separar as crianças de seus pais.
“Como questão de princípio, o secretário-geral (da ONU) acredita que os refugiados e migrantes devem ser sempre tratados com respeito e dignidade, e de acordo com a lei internacional existente. As crianças não podem ser traumatizadas ao serem separadas de seus pais. A unidade familiar precisa ser preservada”, disse o porta-voz do secretário-geral da ONU.
Zeid Ra’ad Al Hussein, chefe dos direitos humanos da ONU, manifestou preocupação com a política de fronteira adotada pelos Estados Unidos, e que forçou a separação de milhares de crianças migrantes de seus pais.
Zeid disse que a Associação Americana de Pediatras dos Estados Unidos classificou a prática como ‘cruel’ e de um ‘abuso sancionado pelo governo’, e que pode causar dano irreparável com ‘consequências permanentes’.
O secretário pediu que os Estados Undos cessem iimediatamente esta política engendrada para dissuadir os pais de entrarem no país e que ratifiquem a Convenção sobre os Direitos da Criança.
Ele alertou sobre o retorno do chamado ‘nacionalismo chauvinista’ em todo o mundo, clamando que os principais políticos combatam essa ‘ameaça que espreita nosso futuro’. ‘Não é por acaso, por exemplo, que historicamente, a força mais destrutiva a colocar o mundo em perigo tem sido o nacionalismo chauvinista — quando elevado a extremos selvagens por líderes egoístas e insensíveis, e amplificado por ideologias de massa que reprimem a liberdade’, disse ele.
O chefe dos Direitos Humanos na ONU afirmou que a entidade foi concebida para impedir justamente o renascimento do nacionalismo chauvinista, grande deflagrador da Segunda Guerra Mundial. ‘O nacionalismo chauvinista é o oposto polar da ONU, seu antônimo e inimigo. Então, por que somos tão submissos ao seu retorno? Por que estamos tão silenciosos da ONU?’, exclamou ele.
‘A razão de ser da ONU é a proteção da paz, dos direitos, da justiça e do progresso social. Seu princípio de funcionamento é, portanto, igualmente claro: somente perseguindo o oposto do nacionalismo — somente quando os Estados trabalham para o outro, para todos, pelos direitos humanos de todas as pessoas – a paz pode ser atingida’, finalizou.