Publicado na Revista Fórum –
O ex-capitão do Bope suspeito de participar do assassinato de Marielle Franco, Adriano da Nóbrega, segue foragido, mas cheques, carros e notas promissórias foram encontradas em seus endereços; ele é o PM que teve a mãe e esposa empregadas no gabinete de Flávio Bolsonaro e que foi homenageado pelo político na Alerj
Nóbrega, que está foragido, é um dos principais alvos da operação. Ele tido pelo Ministério Público do Rio como o homem-forte do Escritório do Crime, organização suspeita do assassinato de Marielle Franco.
Entre os materiais apreendidos em endereços do PM, estão três carros diferentes, incluindo uma SUV de luxo Hilux, e radiotransmissores com etiquetas identificadoras.
O policial é acusado há mais de uma década por envolvimento em homicídios. Ele e outro integrante da quadrilha, quando já tinham problemas com a Justiça, foram homenageados por Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Além disso, a mãe e a esposa de Adriano foram empregadas do gabinete de Flávio quando o senador eleito era deputado estadual. Raimunda Veras Magalhães, mãe do ex-policial miliciano, é uma das servidoras do gabinete que fizeram repasses para a conta do ex-assessor Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro que é investigado por movimentações financeiras suspeitas.
Segundo dados da Receita Federal, ela é sócia de um restaurante localizado na Rua Aristides Lobo, no Rio Comprido. O estabelecimento fica em frente à agência 5663 do Banco Itaú, na qual foi registrada a maior parte dos depósitos em dinheiro vivo feitos na conta de Queiroz.
A proximidade de Flávio Bolsonaro com policiais investigados e as movimentações financeiras de seu ex-assessor, que seria o responsável pela contratação da esposa e da mãe do miliciano em seu gabinete, tem causado desgaste para a imagem de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, que nesta quarta-feira (23), pela primeira vez, procurou se destacar do caso. “Se ele errou, deve pagar o preço”, afirmou.