Oposição a Temer vai pedir impeachment “protagonizado pela sociedade”

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Publicado no Jornal GGN – 

Partidos de oposição a Michel Temer, como PT e PCdoB, decidiram traçar uma “estratégia comum” e formular um pedido de impeachment que será assinado por entidades representativas da sociedade civil.

Nesta terça (29), a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) anunciou que a decisão foi tomada em reunião com líderes de partidos da oposição, sindicatos, união de estudantes e juristas que aceitaram debater internamente essa demanda e divulgar um posicionamento na próxima segunda-feira.




A ideia é que, na terça que vem, 6 de dezembro, o pedido seja protocolado na Câmara. O objeto do impeachment seria a denúncia de que Temer usou o cargo público para atuar em interesses privados do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Geddel teria pressionado Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura, para liberar a construção de um condomínio em Salvador (BA), onde adquiriu um apartamento. A área estaria protegida pelo Iphan, órgão que cuida de patrimônios históricos.

“Há consenso de que há crime de responsabilidade. O impeachment cabe nesse momento. O que nós fizemos foi criar o estímulo para que as entidades representem esse pedido, não só os partidos, para isso nos dar liberdade de atuação no processo. Aqui tem muitas entidades estudantis, sindicais, rurais e jurídicas. Demos até segunda-feira para que todas se reúnam com seus fóruns e diretorias e, na terça, vamos dar entrada com o pedido”, informou a parlamentar.

Segundo Jandira, o pedido será desvinculado do que foi apresentado pelo PSOL essa semana.

“O PSOL tem direito de fazê-lo [apresentar um pedido à parte], mas nós entendemos que dá mais robustez e sustenção política e social [ao process] se a sociedade civil, nas suas representações, trouxerem o pedido, mais do que bancadas dos partidos. Respietamos a posição do PSOL, mas trabalhamos de forma mais ampla”, disse Jandira.

O senador Lindbergh Farias comentou que o impeachment é uma resposta à crise política instaurada pelo governo Temer, que admitiu que praticou ilegalmente “advocacia administrativa” ao arbitrar um conflito no Planalto em favor de um interesse pessoal de um de seus ex-ministros.

Ele disse que Temer ainda é refém de Eduardo Cunha, após o deputado cassado enviar uma série de perguntas que denunciam a participação do presidente em esquemas de corrupção na Petrobras, por meio de processo que corre em Curitiba.

“Temer não tem condições de continuar na presidência da República”, asseverou Lindbergh.

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