Declaração do presidente foi feita durante live na quinta (21) e gerou onda de críticas e reações
Por Cristiane Sampaio, compartilhado de Brasil de Fato
A mentira contada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na última quinta-feira (21) a respeito da vacina contra a covid gerou nova reação.
Nesta segunda-feira (25), a banca do PSOL na Câmara e o deputado Túlio Gadêlha (PDT-PE) protocolaram uma notícia-crime contra o chefe do Executivo por ter associado o imunizante ao vírus da aids. O documento foi apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
No pedido, os parlamentares solicitam que Bolsonaro seja oficialmente denunciado por violações ao Código Penal, infração de medida sanitária preventiva e perigo para a vida ou para a saúde dos demais.
Os deputados apontam que a conduta do presidente afronta o princípio da moralidade, a Lei de Improbidade Administrativa e caracteriza crime de responsabilidade.
Os signatários do documento argumentam que, ao propagar mentiras sobre a vacinação conta a covid-19, Bolsonaro põe em xeque a estratégia colocada no Plano Nacional de Imunização (PNI), que tem provocado a redução do número de mortes e da disseminação do vírus entre a população.
“A cruzada do presidente contra a ciência e a vida continua. É fundamental que os poderes constituídos tomem as providências cabíveis para punir os responsáveis pelos atentados contra a saúde pública do povo brasileiro”, diz o documento levado ao STF.
A fake news de Bolsonaro foi propagada durante uma live conduzida pelo presidente na quinta (21), quando ele chegou a dizer que pessoas que receberam duas aplicações do imunizante no Reino Unido desenvolveram a síndrome.
A conduta gerou uma onda de reações e críticas. Veio à tona nesta segunda (25), por exemplo, a notícia de que o Facebook e o Instagram excluíram das suas plataformas o link da transmissão para evitar maior acesso ao conteúdo falso.
Cientistas e entidades civis também reagiram à mentira. Foi o caso do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas, que reúne pessoas acometidas pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
“Os brasileiros merecem respeito. Quem vai parar essa pessoa que desde que assumiu o cargo de presidente tem como missão estimular a necropolítica da destruição? Esperamos que a Justiça o responsabilize, pois fake news é crime, principalmente quando coloca a vida de mais pessoas em risco”, disse a entidade, em nota.
O movimento destacou ainda que a conduta de Bolsonaro “estimula a desinformação, o estigma e a discriminação contra as pessoas que vivem com HIV/aids”.
Edição: Leandro Melito