Estudo da FGV aponta vantagens dos Jogos de 2016 como melhorias no sistema de transporte e recuperação da zona portuária
Por Edu Carvalho, compartilhado de Projeto Colabora
Para onde olhamos ao perambular, está presente, de maneira palpável ou não, o legado olímpico deixado pelos Jogos Rio 2016. Pudera: a candidatura reafirmou o caráter estelar de uma cidade que carecia de avanços para seu crescimento, indo além de um cenário cantado em verso e prosa como ‘maravilhoso’. E como medir isso? Pela economia.
No recente documento “Legado dos Jogos Olímpicos Rio 2016: Impactos Econômicos”, publicado pela Fundação Getúlio Vargas, um apontamento de que a capital, representando a América do Sul, teve seu caixa impulsionado em quase R$100 bilhões.
A análise levou em consideração os projetos entregues até as Olimpíadas. Entraram na lista a primeira fase das obras do Porto Maravilha; os mais que aguardados corredores de BRTs Transoeste, Transcarioca e Transolímpica; o nosso transporte ‘flâneur” VLT e a linha 4 do metrô (que pode também ser chamada de linha 1), além de muitos outros exemplos concretos.
Num jato que nos traz ao agora, ver efetivos a conversão do Parque dos Atletas em escolas, além de seu novo nome, Rita Lee, com uso dos moradores da região e instrumento para receber eventos de médio a grande porte; a operação do BRT Transbrasil e a menina dos olhos de ouro, o Porto Maravalley, disputado metro quadrado no balneário. Segundo o estudo, o PIB carioca chegou à marca de R$51 bi e apresentou uma geração de 465 mil empregos.
Para Rafael Lisbôa, consultor em comunicação que fez parte ativamente do período olímpico e assina um dos textos da publicação, o legado superou as expectativas. ”Os Jogos Rio 2016 não deixaram ‘elefantes brancos’. Uma cidade do Sul Global, num país em desenvolvimento, pôde entregar jogos mais baratos, com mais legados do que a média, além de mais transformadores que as outras. Tudo dentro do prazo e também do orçamento”.
Rafael acredita que, sem os Jogos Olímpicos, os desafios, acumulados ao longo de décadas, não teriam saído do papel. ”Seria um Rio de Janeiro que a gente precisaria avançar muito mais. Nós conseguimos promover uma série de transformações que talvez levassem mais tempo, mas que só saíram com os Jogos. O Rio pós-2016 é um Rio menos desigual”.
Não dá pra dizer que não é verdade.