Até esta segunda-feira (13) morreram 11.261 palestinos vítimas dos bombardeios e na invasão por terra das tropas israelenses à Faixa de Gaza
Por Renato Santana, compartilhado de Jornal GGN
Vários países em todo o mundo decidiram modificar as suas relações diplomáticas com o Estado de Israel face à resposta desproporcional do país contra a Faixa de Gaza e Cisjordânia, na Palestina, após os ataques do Hamas registrados em 7 de outubro.
Até esta segunda-feira (13) morreram 11.261 palestinos vítimas dos bombardeios e na invasão por terra das tropas israelenses à Faixa de Gaza e à Cisjordânia ocupada, sendo que do lado israelense foram 1.200 vítimas. Os dados são de autoridades da Palestina e do governo de Israel.
Mesmo diante do apelo internacional e de sucessivas tentativas do Conselho de Segurança das Nações Unidas de aprovar uma resolução pelo cessar-fogo, todas vetadas pelos Estados Unidos, o Estado de Israel, comandado pelo primeiro-ministro de extrema direita Benjamin Netanyahu, não recuou.
O Gabinete Central de Estatísticas Palestino (PCBS) informou nesta terça-feira (14) que mais de 3 mil estudantes foram mortos em consequência de bombardeios das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) desde o início do cerco à Faixa de Gaza, em 7 de outubro.
Mesmo países alinhados à matança perpetrada pelo Estado de Israel sentem internamente uma oposição crescente à postura de seus governos. Na França, embaixadores alocados no Oriente Médio divulgaram uma carta ao presidente Emmanuel Macron criticando a falta de equilíbrio do governo, que decidiu ser pró-Israel abandonando a visão multilateral do corpo diplomático do país.
Nos Estados Unidos, mais de 500 políticos nomeados e funcionários representando cerca de 40 agências governamentais enviaram uma carta ao presidente Joe Biden, nesta terça-feira (14), protestando contra o apoio do governo a Israel na guerra imposta a Gaza.
Países como Brasil, China e Rússia, gigantes emergentes do Brics, não romperam relações com o Estado de Israel, ou chamaram de volta seus embaixadores, mas defendem no Conselho de Segurança da ONU uma resolução pelo cessar-fogo e são críticos à resposta dada por Israel, sendo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou haver indícios de genocídio da população palestina.
Retirada de embaixadores
Diante de tamanho desprezo pelas vidas palestinas em uma resposta desproporcional e brutal, o governo da Bolívia decidiu romper relações diplomáticas com o Estado de Israel, considerando que o país comete crimes de guerra contra o povo palestino.
Da mesma forma, Belize anunciou a suspensão das relações diplomáticas com Israel devido aos “incessantes bombardeios indiscriminados em Gaza”. O país ѕusреndеu todas аtіvіdаdеѕ rеаlіzаdаѕ pelo Соnѕulаdo de Іѕrаеl em Веlіzе e vice-versa.
Os governos da Colômbia, Chile e Honduras optaram por chamar seus embaixadores no país hebraico para consultas.
A Jordânia chamou de volta o seu embaixador em Tel Aviv e pediu a Israel que não enviasse o seu embaixador de volta a Amã.
O Bahrein também decidiu retirar o seu embaixador e suspender as relações econômicas com Israel após o aumento das hostilidades. Da mesma forma, o da África do Sul anunciou que irá retirar todos os seus diplomatas de Israel como sinal de preocupação com a situação em Gaza.
Arábia Saudita congela relações
A Arábia Saudita congelou o processo de normalização das suas relações com Israel, segundo informou o próprio governo. Da mesma forma, após o início da campanha contra a Faixa de Gaza, a Turquia condenou os ataques e chamou de volta o seu embaixador em Tel Aviv para consultas.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, tem sido uma das vozes mais críticas a Israel e o seu governo indiciou oficialmente Netanyahu com uma ação judicial no Tribunal Penal Internacional (TPI) impetrada nesta terça-feira (14). O país acusa o líder israelense de cometer genocídio na Faixa de Gaza.
Por sua vez, o parlamento líbio aprovou por unanimidade uma lei que criminaliza a normalização das relações com Israel, incluindo viagens, bem como o estabelecimento de relações com entidades oficiais israelenses. A nova legislação acarreta penas severas, incluindo sete anos de prisão, isolamento de cargos de gestão e ocupacionais e privação de direitos civis.