Os primeiros passos do resgate da verdade sobre a escravidão no Brasil

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Por thainara13 não A Voz da Morada , rerpoduzido no Portal Geledés –

 Começo este texto sem jeito, meio desconcertada. Como poderei descrever a vocês, caros leitores, sentimentos nunca antes sentidos? Talvez desespero e angústia definam.

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A história do meu povo foi apagada. Rui Barbosa teria mandado queimar todos os documentos da escravidão, supostamente para acabar com esta “mancha negra” da História do Brasil.

Quando os escravizados foram libertados no Brasil, em 13 de maio de 1888, estabelecia a lei que os antigos senhores dos escravizados não seriam indenizados, e estes não aceitaram muito bem a ideia.

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A imagem acima retrata numa revista ilustrada da época um escravizado que foi libertado e seus ”senhores” tentando o comprar. O negro não queria permanecer naquela situação nem mesmo mediante pagamento.

Em uma visita a Fazenda Santa Maria em São Carlos-SP me senti perdida. O único relato da história do meu povo que posso compartilhar com vocês, é o grande sentimento de dor e sofrimento que vivenciei estando ali.

Atrás da senzala aonde os escravizados dormiam, foram encontradas várias cascas de tatu. Acredita-se que eles caçavam para comer enquanto estavam trabalhando e enterravam as cascas para não serem penalizados por comer algo além dos restos da casa grande.

O lugar aonde as mucamas dormiam, escuro e gélido com apenas 1 vela,  possuía um cômodo exclusivo para que elas pudessem satisfazer os desejos de seus senhores. Este lugar possuía passagens baixas para que elas sempre se curvassem e nunca se esquecessem do ‘’seu devido lugar’’ e de sua submissão aos senhores.

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Na frente da senzala ainda é possível ver os troncos que eram utilizados para tortura. A senzala em si fora reformada para que pudesse receber os imigrantes italianos. Por isso é possível observar nas fotos abaixo, divisões em cômodos e até mesmo uma cozinha. Não era assim quando lá habitavam negros escravizados. Era a senzala um grande galpão escuro que não possuía janelas.

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Abaixo compartilharei com vocês algumas fotos que cliquei durante a visita a fazenda.

Continuamos a grande luta contra as desigualdades.

Obrigada  COMISSÃO DA VERDADE DA ESCRAVIDÃO DA 5ª SUBSEÇÃO DA OAB – ARARAQUARA

Pela oportunidade e pelo interesse no resgate da verdade.

Texto por Thainara Faria

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Local aonde as mucamas ficavam quando não estavam na casa grande

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Senzala aonde ficavam os negros escravizados

(interior adaptado para receber os imigrantes italianos)

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Terreiro

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Casa Grande

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COMISSÃO DA VERDADE DA ESCRAVIDÃO DA 5ª SUBSEÇÃO DA OAB – ARARAQUARA

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