Os R$ 10 milhões do PSDB que a Lava Jato despreza

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Por Tereza Cruvinel, Brasil 247 – 

Lava Jato: Para onde foram os R$ 10 milhões do PSDB?

A Lava Jato poderia dar uma prova de que suas investigações não são politicamente dirigidas ao PT se investigar a fundo o destino dos R$10 milhões que, segundo mostra claramente o vídeo divulgado pela 33ª fase da Operação, nesta terça-feira, foram negociados pela construtora Queiroz Galvão com o então presidente do PSDB, o já falecido senador Sergio Guerra. Ele não está mais aqui para se defender, como dizem os tucanos, nem para explicar o destino do dinheiro, mas fica também claro na conversa que “nossa gente” é que atuaria para melar a CPI da Petrobrás de 2009. A Lava Jato precisa identificar esta gente e descobrir se o dinheiro foi compartilhado com ela.




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Esta pergunta não foi objeto de interesse do procurador Carlos Fernando embora ele afirme, sem base em qualquer prova, que houve doações ilegais, da mesma empreiteira, para a campanha da reeleição de Lula em 2006.

No vídeo, depois de dizer que tinha horror a CPI, e que parlamentares não deviam fazer papel de polícia, Guerra afirma: ”Nossa gente vai fazer uma discussão genérica, não vamos polemizar as coisas”. Ou seja, farão corpo mole, até porque a investigação “não seria nada construtiva”, diz ele. O bloco PSDB-DEM indicou como membros daquela fracassada CPI os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR, hoje no PV), o próprio Sérgio Guerra (PSDB-PE) e Antônio Carlos Júnior (DEM-BA). E ainda como suplentes Heráclito Fortes (DEM-PI, hoje deputado pelo PSB) e Tasso Jereissati (PSDB-CE). Eles podem não ter sido cúmplices da negociação, mas certamente receberam orientação sobre como atuar na CPI. A Lava Jato, entretanto, tem como rastrear este dinheiro e saber onde ele foi parar. Se ficou com Guerra ou, como é mais provável, serviu para abastecer o caixa do partido.

Aparecem na conversa com Guerra o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, Ildefonso Colares Filho, na época presidente da Queiroz Galvão, preso pela Polícia Federal nesta terça-feira, o deputado Dudu Fonte (PP-PE), o lobista Fernando Soares (Fernando Baiano) e outro executivo da Queiroz Galvão, Érton Medeiros. Ou seja, o mesmo grupo do Petrolão cujos delitos recaem sobre o PT, enquanto agentes do PSDB e do PMDB seguem ilesos. Apesar de tantas denúncias contra o ex-governador Sergio Cabral, por exemplo, ele nunca foi incomodado.

Não há, porém, como era de se esperar, qualquer sinal de interesse maior da Lava Jato por investigar a conexão tucana com o Petrolão.

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