Pacifismo, desarmamento e a luta contra o golpe militar

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Publicado em Causa Operária – 

Uma das polêmicas dentro da esquerda é a questão do porte de arma, o direito de andar armado estendido para qualquer cidadão, já que as polícias já o possuem, bem como empresas de segurança privada.

Agora, com o anúncio dos militares de que estão planejando intervir na situação política do país, através de um golpe militar, fica a questão para o conjunto da esquerda de como será possível reagir à essa ação de maneira pacífica, “sem violência”.

Um dos pontos do programa do Partido da Causa Operária defende o armamento da população justamente para este problema, e não só, mas também para que qualquer pessoa possa defender qualquer direito seu diante de uma ameaça, às últimas consequências. Trata-se de um direito democrático, direito de autodefesa.




Mas a maioria da esquerda é contra essa reivindicação, e entende que se deve resistir aos ataques da Polícia Militar, por exemplo, com flores, cirandas, braços dados, “beijaços” e amor. E, aparentemente, vão tentar segurar os militares com os mesmos métodos.

O armamento do povo é combatido pela direita, e a esquerda pequeno-burguesa ecoa a mesma política, mas com contornos esquerdistas. O argumento, finalmente, é um só: o pobre, o trabalhador e o negro não podem andar armados. São brutos, animais selvagens que não sabem nada da “civilidade” da classe média, da burguesia, essa mesma que amarra crianças negras em poste.

A direita, bem dizer, já está armada. Seja com os policiais que fazem serviços particulares, seja com as empresas de proteção ao patrimônio. Ou mesmo a própria PM, que, na verdade, é o destacamento armado da direita. Rico só anda armado. A direita defende o porte que ela já tem, na verdade.

Vejam as mortes no campo, por exemplo. Os latifundiários, todos, já estão armados, e com armas de grosso calibre. E quando isso não basta, subcontratam policiais do estado e jagunços para executar os trabalhadores do campo.

Diante de tudo isso, a esquerda quer enfrentar o chumbo com flores, com “sororidade” (seja lá o que isso quer dizer), @ ou “x”. Essa orientação é o resultado da política geral da esquerda de desconsiderar a necessidade do uso da força, especialmente da força armada para se conseguir algum direito.

João Cândido, por exemplo, (só) precisou atirar com balas de canhão para acabar com os castigos corporais na Marinha brasileira, isso depois de organizar o assassinato de seus superiores, na conhecida Revolta da Chibata.

Bem pensado, todos os direitos conquistados pelo povo foram obra de lutas que envolveram a violência, o uso da força organizada. Os militares, a direita e a burguesia não entregam nada se não for pela força.

Pode não parecer para muitos, mas flores não ameaçam ninguém, pelo contrário, enfeitam túmulos.

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