Palestinos relatam cheiro de morte, cirurgias sem anestesia e valas comuns após um mês de bombardeios de Israel contra Gaza

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“A situação nos hospitais é miserável. De fazer você chorar. Não há equipamentos, as pessoas ficam amontoadas umas em cima das outras”, disse Rajaa Musleh

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Jabalia, Faixa de Gaza 09/10/2023
Jabalia, Faixa de Gaza 09/10/2023 (Foto: REUTERS)

247 – Um mês após o início do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, a Faixa de Gaza, onde se concentram mais de 2,1 milhões de palestinos, enfrenta um cenário desolador, com prédios destruídos e a infraestrutura reduzida a escombros. Além disso, os moradores relatam que os corpos estão sendo enterrados em valas comuns e os hospitais estão realizando cirurgias em condições precárias, faltando até mesmo anestesia para atender os feridos.

“Havia apenas o cheiro de cadáveres e pólvora”, disse Ameen Abed, que morava em Jabaliya, local que foi severamente afetado por ataques aéreos israelenses, destaca O Globo citando o jornal estadunidense The New York Times.

Ainda conforme a reportagem, o representante da instituição de caridade de saúde MedGlobal, Rajaa Musleh, definiu a situação nos hospitais de Gaza como “miserável”. Com recursos escassos, os hospitais enfrentam a falta de insumos e equipamentos, impactando especialmente o atendimento a crianças, que representam metade da população de Gaza. “A situação nos hospitais é miserável… De fazer você chorar. Não há equipamentos, as pessoas ficam amontoadas umas em cima das outras”, disse ela à CNN.

Segundo a agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), dos mais de 10 mil mortos na Faixa de Gaza, cerca de 4,1 mil mortos são menores de idade.

Profissionais de saúde, como Alaa Shitali do Hospital al-Shifa, relatam trabalhar sem parar, enfrentando uma carga insuportável. A organização Médicos do Mundo denunciou condições precárias nos hospitais, onde cirurgiões são obrigados a operar no chão e realizar procedimentos sem anestesia devido à falta de material. A médica Tanya Haj-Hassan, dos Médicos Sem Fronteiras, ressaltou a escassez de medicamentos essenciais.

“Ao menos 10.584 prédios da Faixa de Gaza foram atingidos desde o início da contraofensiva israelense, após os ataques do grupo terrorista Hamas contra civis no dia 7 de outubro. O levantamento foi feito pelo Centro de Satélites das Nações Unidas (UNOSAT), que analisou as imagens do território palestino. Os dados anteriores davam conta de mais de 8 mil edificações danificadas, mas a divulgação, nesta quarta-feira, de um novo mapa com os danos causados em todo o território de Gaza fizeram os números cresceram novamente”, destaca a reportagem.

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