Por Altamiro Borges, em seu Blog –
Para o “libertário” Reinaldo Azevedo – que até hoje não prestou solidariedade aos seus colegas demitidos na Veja e na Folha –, as opiniões do Papa sobre o atentado na França “são covardes, imprecisas e politiqueiras”. Ele até admite que rejeita a linha satírica do jornal francês. “Não gosto do ‘Charlie Hebdo’. Não vejo graça numa charge em que Hitler aparece saltitante, dando um alô pra ‘judeuzada’. Ou em que o papa Bento 16 troca carícias com um soldado da Guarda Suíça. Ou em que um árabe lambe o traseiro de um judeu”. Mas garante que, mesmo assim, defende a total liberdade de expressão. A mídia monopolista, que apoiou ditaduras sanguinárias e guerras imperialistas, também jura defender esta tal liberdade.
Contraditoriamente, porém, o “calunista” dá apoio à polícia francesa, que deteve na quarta-feira (14) “um delinquente disfarçado de humorista chamado Dieudonné. Seu lugar é a cadeia. E não porque recite discursos de um antissemitismo tarado, mas porque faz a apologia da violência”. O mundo é realmente contraditório e não cabe na visão doentia dos maniqueístas. Isto talvez explique o ódio de Reinaldo Azevedo. Para ele, “Francisco tem cabeça e postura de cura de aldeia, não de papa. Suas entrevistas ambíguas são detestáveis. Suas opiniões sobre o atentado e a liberdade de expressão são covardes, imprecisas e politiqueiras… Ainda bem que nenhum católico vai tentar me dar mil chicotadas por isso”.
Em artigo recente, o teólogo Leonardo Boff alertou que está em curso uma campanha internacional de difamação do Papa Francisco. Ela partiria de setores descontentes do próprio Vaticano e contaria com o apoio de jornalistas da mídia conservadora. O objetivo seria conter as mudanças promovidas pelo líder religioso, que visam arejar a decadente hierarquia católica no mundo. Pelo jeito, Reinaldo Azevedo decidiu reforçar o coro dos detratores do Papa. Em certa oportunidade, o próprio Leonardo Boff apelidou o serviçal da Veja e da Folha de “rola-bosta” – aquele besouro que enterra o esterco. Será que algum dia o “pitbull” será exorcizado?