Por E.P. Cavalcante, Morador da Ilha –
Isto não é um pedido de socorro, mas uma DENÚNCIA!
Pedimos aos companheiros e amigos que divulguem para, no mínimo, duas pessoas.
Paquetá é uma Ilha onde reina paz e tranquilidade. Alguém já disse que ela é o que resta da civilização! A Ilha é o único bairro do Rio de Janeiro, onde não há violência. Isto para o Brasil atual, e para o Rio de Janeiro dos tristes dias em que vivemos, não é pouca coisa.
Um fato único, que diz respeito a vida na Ilha: diariamente vemos dezenas de crianças, meninas e meninos de 5 e 6 anos, pedalando em suas bicicletas, indo para a escola.
É a Ilha dos vermelhos flamboyants. Em dezembro e janeiro a Ilha se engalana, veste-se de vermelho.
Aqui viveram e vivem muitos músicos, poetas, cantores e compositores.
Aqui viveu Orestes Barbosa, o autor de Chão de Estrelas e Suburbana, Roberto Martins, autor de muitos sambas e canções entre elas: Beija-me e Favela.
E hoje vivem dezenas de excelentes músicos, cantores, poetas e compositores.
Temos a Casa de Artes, uma iniciativa de José Lavrador, morador com raízes na Ilha.
Nas manhãs de domingo, na Casa de Artes, a Orquestra Jovem deslumbra os moradores e turistas com suas apresentações.
Continuando o circuito cultural da Ilha, temos a Casa de Cultura José Bonifácio, Museu da Comunicação e Costumes. Uma iniciativa do querido companheiro, jornalista Davit Chargel. O Museu é um centro cultural de excelência, espaço onde tem sido realizados debates de grande importância política e cultural.
Em novembro de 2019 realizou-se a terceira FLIPA, Festa Literária de Paquetá, uma iniciativa de Marcelo Ficher, morador da Ilha.
Paquetá é o exemplo, quase perfeito, de uma comunidade, espaço onde predomina a solidariedade.É uma família ampliada.
A Ilha é quase uma Utopia, e por isto mesmo, é um exemplo perigoso para os inimigos da liberdade. E por estes ou por outros motivos nestes dias e semanas, a Ilha vem sofrendo ameaças de parte da empresa que explora o serviço de barcas de ida e volta à Praça 15.
Chega a ser um absurdo as condições que a empresa CCR- Barcas está impondo aos moradores de Paquetá, com a conivência do governo estadual, que prima pela omissão e falsas promessas.
A “grade” anterior que regulamentava o movimento de barcas naquele percurso já era precária, sofrível, e a que estão nos impondo é absurda!
Por esta “grade” que a empresa está nos empurrando de goela abaixo, dezenas de jovens ficarão impedidos de estudar nas escolas e universidades do centro do Rio.
Os professores que moram na Ilha e lecionam na Cidade ficarão impedidos de darem aulas ou terão que se mudar da Ilha. Os médicos e enfermeiros que atendem no posto de saúde da Ilha, também ficarão prejudicados ou impossibilitados de atender aos pacientes.
Enfim, querem transformar a pacífica e harmoniosa Paquetá no primeiro gueto do Brasil nos tempos atuais. Gueto, coisa de fascista!
No dia 23 de dezembro, véspera de Natal, sem consultar a população, os usuários, a empresa afixou um aviso informando da nova “grade”.
Mas os moradores da nossa Ilha sabem resistir, estamos resistindo e resistiremos!
Somos como as palmeiras do alto das montanhas que durante a tempestade vergam mais não quebram!
Não esqueçamos que este é um ano de eleições! As urnas estão nos esperando para fazer justiça!
Os moradores só pedem: RESPEITA PAQUETÁ! Em 26 de janeiro de 2020.
E. P. CAVALCANTE — Morador da Ilha.