Paquetá, uma ilha entre cartas: poeta gaúcho responde a poeta carioca

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Por Washington Luiz de Araújo, jornalista (carteiro), Bem Blogado

Maravilhosa foto: Guilé Zão




Sou um carteiro na profissão de jornalista. Se pudesse, só entregaria boas notícias, mas neste mundo em que vivemos nem sempre isso é possível. Fico assim então: por dever de ofício entrego notícias nem sempre boas, mas por prazer de ofício levo letras de afetividade, emotividade, amizade.

E tem sido assim entre o amigo carioca, professor de literatura, Cícero César, e o amigo gaúcho, cantor e compositor, Marco Aurélio Vasconcellos. Os dois não se conhecem pessoalmente, mas já são amigos de infância, devido, modéstia às favas, a este carteiro de poetas.

Ontem, entreguei, via este Bem Blogado, uma carta de César a Marco Aurélio, de um imperador das letras para outro. Hoje, logo de manhã, recebi a resposta do gaúcho, que transcrevo aqui. Ele enviou ontem a noite, mas só a peguei para entrega hoje de manhã. Carteiro também dorme.

Vamos à resposta de Marco Aurélio a Cícero César. Ah, as cartas que entrego não vão só de remetente a destinatário, vão para todos aqueles que querem lê-las.

Marco Aurélio Vasconcelos

Boa noite, Washington. Aproveitando essa tua incipiente e bem engendrada atividade de carteiro, valho-me dela para que transmitas minha resposta ao remetente da missiva que me chegou por teu diligente intermédio.

Caro Cícero César:

Antes de qualquer outra coisa, manifesto meu deslumbramento com a foto do entardecer na aprazível e formosa Ilha de Paquetá. Algo que se presta como um chamariz para quem não reconhece esse recanto tão lindo.

Tuas palavras lisonjeiam a mim e a meu estado natal. Sempre saboreio teus textos com redobrado deleite. Esse, com o qual meu brindas, sobre a Ilha de Paquetá, onde estive uma vez e me encantei, é uma verdadeira e emocionada prosa poética.

Com um belo poema finalizas o texto, onde expressas todo o teu amor e encatanmento por este lugar paradisíaco, onde a arte em sentido amplo, vagueia por todos os seus quadrantes.

Por derradeiro, lamento informar que o refrigerante “Minuano Limão” não mais existe, mais marcou época por aqui. Para avivar tua saudade, envio em separado, pelo carteiro Washington, o jingle do refrigerante que num passado distante adoçou o teu paladar.

Vai daqui o meu imenso abraço e a minha imensa admiraçção,

Marco Aurélio Vasconcelos.

A carta que deu origem à que vai acima.

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