“Esses seguranças não são da Uerj”, denunciou um aluno. “Ele está sem uniforme, a reitoria está chamando gente de fora, privada”.
Por Enrico Di Gregorio, compartilhado de A Nova Democracia
Agentes de “segurança” concursados e pessoas à paisana invadiram a ocupação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro na tarde de hoje (19/9) para tentar expulsar os estudantes que ocupam o prédio pela manutenção dos auxílios de mais de 6 mil alunos.
“Esses seguranças não são da Uerj”, denunciou um aluno. “Ele está sem uniforme, a reitoria está chamando gente de fora, privada”.
“Eles pediram pra gente tirar o piquete, nós falamos que não íamos tirar”, disse um estudante. “E aí eles começaram a puxar as bandeiras”. “Alguém jogou água neles e eles correram atrás da gente para bater nos estudantes”, contou um aluno. “Agrediram várias pessoas”.
Segundo ele, os agentes estavam sem uniforme porque o Sindicato ordenou que eles não cumprissem as ordens da reitoria de reprimir os estudantes. Os que agiram à paisana, portanto, foram contra o sindicato.
Uma outra fonte disse ao AND que “‘milicianos’ sem identificação espancaram os alunos”. Ela afirmou ainda que só conseguiu entrar na universidade depois de mostrar alguns documentos, e que outras pessoas estão sendo forçadas a ficar do lado de fora.
Os estudantes denunciaram que, durante a tentativa de expulsão, o vice-reitor, Bruno Deusdará, estava no estacionamento, próximo ao Restaurante Universitário.
A ocupação da Uerj está em uma clima tenso depois que o judiciário do Rio aprovou, nessa semana, uma medida de reintegração de posse exigida pela reitoria. Os estudantes denunciam que se trata de uma escalada da repressão da reitora Gulnar Azevedo contra a luta estudantil.
Os estudantes estão há meses em luta, na forma de protestos, greve e ocupação, contra o Aeda 038, que propõe a retirada de auxílio de milhares de estudantes. Os alunos exigem a manutenção do auxílio e a recomposição orçamentária da universidade.
Na noite do dia 18/9, estudantes se reuniram em um hall central da Universidade para deliberar como seria a reação à ordem de despejo. A maioria decidiu por resistir fisicamente à desocupação.
O AND seguirá acompanhando o caso.