Paulo Almada, professor que escreveu a liberdade na lousa da vida. Lousa que não se apaga

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Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado

Na época da ditadura, na Vila Maria, em São Paulo, ele foi professor do meu irmão, Lula, e de amigos no Colégio Estadual Paulo Egídio. Não estudei neste colégio, mas ouvia dos amigos o quanto era libertário, solidário o professor Paulão, Paulo Almada. Sempre senti uma inveja boa por não ter sido seu aluno. Certamente seria, hoje, uma pessoa melhor.




Mas como costumo dizer, posso não ser melhor, mas tenho o dom de fazer ótimas amizades. E como uma pessoa de sorte, as coincidências felizes da vida me colocaram na mesma mesa de bar na Praça São Salvador, no Rio. Local que concorreu em meu coração com a Praça Santo Eduardo, na Vila Maria. Praça na qual ficava o Bar do Carlitos, onde ouvi muito sobre o professor Paulão.

As amigas Ana Maria e Marília o levaram à Adega da Praça é foram as responsáveis por eu conhecer pessoalmente o Paulo Almada. E foram várias vezes que ele veio de Guaratinguetá, cidade no Vale do Paraíba onde morava, para aterrissar na mesa do boteco mais preferido da boêmia São Salvador.

E foi lá, cercado por copos da cerva mais gelada, que ele me falou da sua luta política como professor e do prazer de ter dado aulas para a garotada rebelde do Paulo Egídio. Ah, e lá também soube que ele era amigo de um irmão meu, irmão do coração Paulo Frateschi. Os xarás foram de diretoria da Apeoesp, combativa associação de professores de São Paulo.

Com a minha mania de aproximar ou reaproximar pessoas, um certo dia, na casa do Paulão e da Yoyo, liguei para o Paulo Almada e eles bateram um baita papo gostoso.

Nesta semana, pelo Facebook, vi uma postagem compartilhada pelo Edson da Silva, amigo precioso da Vila Maria, a filha do professor Paulão, Ana Maria, comunicando a sua partida. Que tristeza.

Soube há tempos que ele teve problema com a saúde. Depois, voltou a conversar comigo pelo WhatsApp. Agora, a notícia triste. Me consola um pouco só em pensar que ele partiu tendo presenciado a vitória de Lula para a presidência. Lula que está na foto com ele, em Guaratinguetá, quando Paulão foi candidato a prefeito pelo PT.

Que o Paulo Almada, o eterno Paulão, que clareou mentes maravilhosas e rebeldes em nossa Vila Maria, continue presente,  sendo lembrado como lutador solidário, amigo, libertário. Assim, contribuiremos para que ele seja eterno.

Fotos: na capa do post, Paulo Almada com Lula em Guaratinguetá, 1982, quando o professor foi candidato a prefeito, extraída do Facebook do próprio. Acima, eu com Paulão num boteco da Praça São Salvador.

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