Escritor fez uma série de tuítes logo após visita do embaixador de Israel a Bolsonaro, considerada uma afronta ao governo brasileiro
Por POR JULINHO BITTENCOURT, compartilhado da Revista Fórum
O escritor Paulo Coelho, que vive em Genebra, na Suíça, desde 2007, fez uma série de tuítes na noite desta quarta-feira (8), a respeito dos brasileiros que estão retidos na Faixa de Gaza. Saiu uma sexta lista de estrangeiros com permissão para deixar o local e nenhum brasileiro aparece nela mais uma vez.
Segundo ele, Israel pretende beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em um de seus posts mais contundentes, o escritor afirma:
“Amigo que vive em Israel e ‘sabe das coisas’: motivo de ainda termos brasileiros retidos em Gaza é impedir vitória diplomática de Lula. Lobby do ex é imenso.”
Paulo Coelho ainda comentou, em outra mensagem:
“Embaixador de um País se reunindo com oposição e ex-presidente (imerso em denúncias gravíssimas e inquéritos na Suprema Corte) é um absurdo que tem que ser respondido à altura pela via Diplomática. Imaginem se fosse o contrário. Enfim. Que o @ItamaratyGovBr e @LulaOficial reajam.”
E ainda desafiou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a reagirem contra Israel:
“Estão esperando o que Mauro Vieira, @ItamaratyGovBr/ @LulaOficial? Que amanhã os reféns brasileiros sejam libertados e que o Bozo diga que foi por causa da conversa dele hoje com o embaixador de Israel?”
Embaixador de Israel se reúne com Bolsonaro
O embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, se reuniu nesta quarta-feira, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e vários deputados federais e senadores de extrema-direita. A justificativa foi apresentar supostos “vídeos exclusivos” de ações do grupo radical palestino Hamas.
Até o momento, o Itamaraty e o Palácio do Planalto não se manifestaram em relação à atitude do embaixador de Israel, visto amplamente como uma afronta sem precedentes por aqui, uma vez que, como representante de um governo instituído, Zonshine teria que se reportar às autoridades constituídas da nação onde está lotado, ao invés de procurar adversários políticos derrotados nas urnas.
