No livro A Renúncia de Jânio, o jornalista Carlos Castelo Branco, assessor de imprensa de Jânio, descreve a explicação do ministro da Justiça Pedroso Horta para gesto.
“Nessa mesma época, perguntei a Horta como ele
explicava para si mesmo, intimamente, a renúncia.
– Você já leu num jornal qualquer, disse-me ele, a
notícia de que um cidadão, de braço dado com namorada, passeando, de repente surpreendeu a moça trocando olhares com outro homem, sacou o revólver e com um tiro matou a namorada?
Esse cidadão poderia ter feito uma infinidade de coisas mais simples. Poderia não ter dado importância ao fato ou ter deixado a rapariga ou ter trocado socos com o suposto rival, etc.
Ninguém sabe por que, entre tantas alternativas, preferiu a pior: matar a namorada. A renúncia é isto: é o sujeito que mata a namorada. Infelizmente, o nosso Jânio é um desses que matam a moça.”