Pedro Adário pelo Facebook

Compartilhe:

Encontrei com a Morte outro dia. Estava seguindo apressado e ela veio cheia de frases prontas para tudo. Profecias sublinhadas de livros de bancas. Filosofias de telejornais e comerciais de TV. Eu com uma revista Cult em baixo do braço. Chato. Mas tentei fazer sentido a toda aquela frivolidade.

Desci do pedestal e a olhei na cara, com suas rugas e idade evidente. Conversamos sobre nossa futura relação e os medos até achar um pano comum. Paramos. E de repente ficou claro; o futuro é tão real para coisas estáticas, quanto a morte é para àquelas que simplesmente seguem. Uma anomalia de nosso raciocínio temporal. E se o tempo é no mínimo um agora adelgaçado e a eternidade é no máximo um agora sincero, não há progressão nem encadeamento.




O que há são fagulhas esparsas de vida. Nada nascerá onde não se configuram instantaneidades, e nada morrerá se vivenciarmos toda a centelha de experiências humanas sinceramente. Sem profecias, sem recalque parnasiano, sem medo de ser kitsch. Sem medo de parar para conversar com a morte sobre futilidades e poder acreditar que ela está certa. Sem medo de sempre retornar a ela e entender que talvez esteja mais viva que qualquer um de nós.

O Bem Blogado precisa de você para melhor informar você

Há sete anos, diariamente, levamos até você as mais importantes notícias e análises sobre os principais acontecimentos.

Recentemente, reestruturamos nosso layout a fim de facilitar a leitura e o entendimento dos textos apresentados.
Para dar continuidade e manter o site no ar, com qualidade e independência, dependemos do suporte financeiro de você, leitor, uma vez que os anúncios automáticos não cobrem nossos custos.
Para colaborar faça um PIX no valor que julgar justo.

Chave do Pix: bemblogado@gmail.com

Compartilhe:

Categorias