Como a dupla afirma no disco “Aragem”:
“Em tempos de ares pesados, uma brisa vem roçando leve pelo ar. Em tempos de acúmulo de riqueza, informação e poder, essa brisa vem lembrando que tudo passa e que andemos sem pressa, buscando a paz. Que ouçamos mais o canto das cigarras, que observemos melhor os vaga-lumes e valorizemos cada arrebol.
Em tempos de solidão, é preciso ouvir o coração reagir e dizer que o amor está conosco, estejamos sozinhos ou acompanhados de quem for. E que para encontrar esse amor é preciso antes de tudo atravessar as sombras e revelar os cantos escondidos de nossas dores.
Essa brisa sutil vem do coração, vem da terra e vem dos astros: vem do que há de mais estável em nosso mundo, o fundo de nossas almas que, ainda que não cessando de correr como um rio caudaloso, indo e vindo como as ondas e o vento, traça um destino sem roteiro certo e deságua no esplendoroso e divino mar onde as águas do amor reinam absolutas.
Em tempos de muito medo, essa brisa convida à coragem de irmos até o fim, aceitando o que for pra ser só pra nós e nos entregando ao amor, tornando-nos aquilo que não tem tamanho, nome ou forma. Tornando-nos o que somos: tudo o que há.”