Por Cláudio Arreguy, compartilhado de Ultrajano –
Em homenagem ao 20º título brasileiro, 20 curiosidades que resumem a história da competição, envolvendo de alguma forma o futebol do país
Palmeiras e Santos disputam a partir das 17h deste sábado, 30 de janeiro de 2021, a finalíssima da 61ª edição da Libertadores, ainda referente a 2020. Uma definição já dá para cravar: será o 20º título do Brasil na competição, número superado apenas pelo dos argentinos, que já ergueram a cobiçada taça 25 vezes.
Os brasileiros só passaram a ser fortes candidatos ao título nos anos 1990, já na quarta década de disputa. Até então, argentinos e uruguaios davam as cartas, com ocasionais conquistas tupiniquins ‒ o bi do Santos em 1962/63, a vitória do Cruzeiro em 1976, a do Flamengo em 1981 e a do Grêmio em 1983.
A partir de 1992, quando o São Paulo foi campeão pela primeira vez (cruzeirenses, rubro-negros e gremistas também já repetiram a dose, os gaúchos até em mais duas ocasiões), os times do Brasil são assíduos frequentadores de finais. E somente em 1997, ano da segunda comemoração cruzeirense, o país ultrapassaria os uruguaios em conquistas: nove a oito.
Em homenagem à quarta decisão entre equipes de um mesmo país ‒ três inteiramente brasileiras ‒, esta coluna apresenta a seguir 20 curiosidades sobre a Libertadores, todas com alguma coisa relacionada ao futebol brasuca. Recorte que, obedecendo ao número de títulos que o Brasil ostentará a partir de sábado, resume a história desse torneio disputado desde 1960.
1- Palmeiras e Santos foram os primeiros brasileiros a disputar a decisão. O alviverde foi superado pelo Peñarol em 1961, perdendo o título no Pacaembu. O Peixe deu a volta olímpica em 1962 e 1963 (repetiria a festa em 2011).
2- O Santos pode ser o primeiro do Brasil a levantar o troféu pela quarta vez. O Palmeiras, campeão em 1999, tenta ser o sétimo a conquistá-lo mais de uma ‒ os outros: São Paulo (1992, 1993 e 2005), Peixe (1962, 1963 e 2011) e Grêmio (1983, 1995 e 2017); Cruzeiro (1976 e 1997), Internacional (2006 e 2010) e, Flamengo (1981 e 2019). Com uma estão Vasco (1998), Corinthians (2012) e Atlético-MG (2013).
3- Pela 33ª vez em 61 edições, a decisão terá time brasileiro. Mas o país já contabiliza 36 classificações, uma vez que dominou as finais em 2005 (São Paulo x Athletico) e 2006 (Internacional x São Paulo) e a protagoniza inteiramente agora.
4- Tanto palmeirenses quanto santistas estão pela quinta vez na decisão. Só o São Paulo os supera entre os brasucas, com seis presenças.
5- Cuca, treinador peixeiro, tenta ser o quinto treinador brasileiro a ter duas conquistas. Campeão pelo Atlético-MG em 2013, alcançaria os feitos de Lula (Santos em 1962/63), Telê Santana (São Paulo em 1992/93), Luiz Felipe Scolari (Grêmio em 1995 e Palmeiras em 1999) e Paulo Autuori (Cruzeiro em 1997 e São Paulo em 2005).
6- O palmeirense Abel Ferreira tenta repetir o feito do compatriota Jorge Jesus, que fez a festa em 2019 com o Flamengo. Além da dupla lusitana, só outro europeu venceu a disputa: o croata Mirko Josic, com o Colo Colo em 1991.
7- Pela terceira vez o Palmeiras será dirigido por um estrangeiro na decisão. Em 1961, seu técnico era o argentino Armando Renganeschi. Em 1968, outro hermano, Alfredo González.
8- Pará pode ser campeão pela terceira vez. Ele venceu com o próprio Santos em 2011 e o Flamengo em 2019. Lembra outro lateral-direito, Vítor, brasileiro recordista de títulos: quatro (São Paulo em 1992/93, Cruzeiro em 1997 e Vasco em 1998).
9- O Palmeiras é o time do Brasil com mais gols em Libertadores: 281. O Santos está em quinto nesse quesito, com 232.
10- Os 10 maiores públicos da história do torneio foram em jogos com times brasileiros: nove no país e um na Argentina: River Plate x Cruzeiro, 1976. O público recorde é do jogo decisivo de 1997, Cruzeiro 1 x 0 Sporting Cristal, no Mineirão: 106.853.
11- A maior arrecadação também foi no Mineirão e em finalíssima: Atlético 2 x 0 Olimpia (4 a 3 nos pênaltis), em 2013 ‒ R$ 14,2 milhões (cerca de US$ 6,5 milhões ao câmbio de então). Registre-se que este ano teria potencial para renda maior, pois o Maracanã comporta mais torcedores, mas não há venda de ingressos, por causa da pandemia da Covid-19.
12- Luizão, que foi campeão por Vasco em 1998 e São Paulo em 2005 e disputou edições também pelo Corinthians e o Grêmio, é o brasileiro com mais gols: 29.
13- O campeão com mais gols em uma edição, dentre as 60 já disputadas, foi o Cruzeiro em 1976: 46. Treze dos quais marcados pelo artilheiro da disputa, Palhinha, um à frente do parceiro de ataque Jairzinho.
14- Rogério Ceni, vencedor pelo São Paulo em 2005, é o jogador do país que mais entrou em campo em Libertadores: 90. A sete jogos dele está outro goleiro, o cruzeirense Fábio, ainda na ativa, mas em time hoje distante da competição.
15- Curiosamente, o Maracanã só teve uma volta olímpica pelo título. Em 2008, quando a LDU superou o Fluminense nos pênaltis. O Morumbi já teve quatro. O Pacaembu, três. Beira-Rio, Olímpico e Mineirão, duas.
16- Em sua primeira decisão, 1962, o Santos venceu o Peñarol por 2 a 1 em Montevidéu e perdia por 3 a 2 na Vila Belmiro quando Pagão fez o que seria o gol do empate e do título. Jogo encerrado, o árbitro chileno Carlos Robles pôs na súmula que o havia terminado antes desse gol e só deu prosseguimento às ações para evitar problemas com a torcida. A Conmebol aceitou a justificativa e marcou a terceira partida para o Monumental, em Buenos Aires. Onde o Peixe não deu margem para dúvida: 3 a 0.
17- Nas finais de 1963, o Santos mandou o primeiro jogo contra o Boca Juniors no Maracanã. Onde seria no mesmo ano bicampeão do mundo, em cima do Milan.
18- O Brasil não teve representante em três das 61 edições. Em 1966, o Santos, pentacampeão da Taça Brasil (competição classificatória), abriu mão de participar, por causa do calendário apertado, que ainda incluiria a Copa do Mundo, para a qual teria vários jogadores convocados. Em 1969 e 1970, com a Taça Brasil em declínio e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa em processo de consolidação, o país não se interessou em mandar participantes. Voltaria a fazê-lo em 1971, já então tendo como seletiva o Robertão, embrião do Campeonato Nacional. Fluminense (campeão) e Palmeiras (vice) foram os classificados.
19- Na decisão de 2005, a Arena da Baixada não atendia aos requisitos exigidos pela Conmebol para essa fase. O Atlético-PR, hoje rebatizado como Athletico, teve de mandar o primeiro jogo contra o São Paulo no Beira-Rio.
20- O único jogador eleito melhor do mundo pela Fifa (2004 e 2005) a ser campeão da Libertadores é Ronaldinho Gaúcho, astro maior do Galo em 2013.