Por Nelson Ricardo Da Costa e Silva, Facebook
“Pergunte a crianças de 9, 10, 11 anos as causas da pobreza. Eles tendem a acreditar ou já estão dominados pela ideia que fundamenta a ideologia capitalista. Em geral argumentam que os pobres não tiveram emprego, trabalho ou “bom emprego”. Uns dizem que eles não conseguiram juntar dinheiro. Os mais ideologizado dizem que eles trabalham menos. Por contraste está naturalizada a ideia de que os ricos o são por terem trabalhado mais. Ganhado mais dinheiro e ou saber poupar melhor. Muitos adultos também pensam assim. A ligação trabalho/riqueza/pobreza é automatizada, naturalizada, portanto, ideologizada.
Poucos percebem que a pobreza de muitos é resultado da riqueza de alguns. Poucos percebem a secular acumulação e a secular hereditariedade.
Se não houver a ilusão da possibilidade real de ascensão social o modelo quebra.
As oposições conseguiram, x não conseguiu, trabalhou, x vagabundeou, teve oportunidade, x não teve oportunidade, soube aproveitar, x não soube aproveitar. Substituem a realidade concreta da quase imobilidade social, ao menos em relação ao grau maior de igualdade.
As próprias noções de riqueza e pobreza ficam esmaecidas. O que é rico? O que é pobre? Se voltarmos às crianças veremos o poder ter tudo e o fazer o que quiser definindo tais situações.
E porquê tudo isso agora? Porque vivemos um.novo ciclo ideológico de naturalização da riqueza ( e, portanto, da pobreza). Trump é a cabeça mais visível. E olha que eu nem entrei no Foi Deus quem deu…”
Obs.: Título do Bem blogado; Foto: Washington Luiz de Araújo
