Ulisses Capozzoli no Facebook –
A regra que diz que toda regra tem exceção, tem ela mesmo sua exceção?
Se tiver, essa questão é falsa, porque não admite solução.
É o caso de quem diz, de peito inflado, como uma rã:
─ Não votei na Dilma, então, não sou responsável pelo Temer.
Uma falsa questão.
Ou, o que uma das minhas três avós, a desbocada, chamava de “tirar o fiofó da reta”.
Minha avó desbocada, divertida, de quem tenho memória distante.
Ou, uma alternativa à fala dela.
Coisa mais elegante, que envolve psicanálise.
─ Perversão.
Perversão vem do verbo, em latim, “pervertere”.
Algo como “corromper” (isso mesmo, ao pé da letra) “depravar”, “perturbar a ordem”.
A perversão é um fenômeno sexual, político, social, físico, trans-histórico & estrutural, presente em todas as sociedades humanas, segundo a historiadora francesa da psicanálise, Élisabeth Roudinesco.
A história da perversão é longa o suficiente para não ser relatada aqui.
De toda maneira, trata-se de comportamentos psicossexuais que visam o prazer de forma continuada. Para isso, um pervertido considera a verdade, mas, ao mesmo tempo, opera a negação dela. E a substitui pelo seu próprio desejo.
Assim, quando ouvir essa alegação, com ares de hipótese, o que não passa de falsa questão.
Saiba com quem você está falando.
Com um pervertido.
Palavra que, na sua etimologia, inclui o sentido de “corrupção”.