Por José Carlos Asbeg, jornalista, cineasta
O sujeito vem ao Brasil assistir um jogo de futebol. Imita macaco para dizer o que ele pensa da torcida adversária. Acha graça em ofender os anfitriões. Passa algumas horas detido em uma delegacia. É acompanhado por agentes consulares de seu país. Ganha liberdade após pagamento de três mil reais de fiança e viaja de volta a sua terra. Esse é o resumo do que aconteceu em 26 de abril no jogo de futebol entre Corinthians e Boca Juniors.
Que eu saiba atos de racismo são crimes inafiançáveis e punidos com até três anos de prisão, mais multa. Por que a Justiça brasileira foi leniente com esse racista? Será que, nas poucas horas que ficou detido, ele refletiu sobre a agressão cometida contra a maioria da população brasileira?
Este foi o segundo torcedor argentino, em duas semanas, que promove injúria grave. Será que o clube vai puni-lo? Qual será a punição? Quando os clubes argentinos vão ensinar seus torcedores a deixarem de ser racistas?
Por que os agentes consulares se mobilizaram por um racista que deveria ser preso? Quem pagou a fiança – o estúpido torcedor ou o consulado?
O racismo não é uma questão de torcedor de futebol. Esses ataques são crime abominável contra toda a população brasileira que sofre e luta contra o racismo.